Cultura

Desvalorizam-se os nossos expoentes

desvalorizam se os nossos expoentes

Foto:Divulgação/Nobel

 

               A América do Sul possui poucos prêmios Nobel

 

            A Argentina foi agraciada com cinco. Em literatura, quatro; dois ao Chile, um à Colômbia e um ao Peru. O Brasil ainda não recebeu nenhum, apesar do injustiçado César Lattes, em 1950.

            Nosso jejum não é porque não temos expoentes em várias áreas do saber. Na literatura, temos escritores geniais: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato, Érico Veríssimo, Manuel Bandeira, Adélia Prado, Carolina Maria de Jesus, entre outros. Não é porque escreveram em português; afinal, a nossa língua é uma das 10 mais faladas no mundo, com mais de 250 milhões de falantes.

           Na medicina, é forçoso citar o notável cientista mineiro, Carlos Chagas, que realizou importantes descobertas sobre doenças tropicais (todavia, houve oposição de médicos brasileiros à candidatura ao prêmio). Outro mineiro de destaque foi Alysson Paolinelli. Transformou o país em uma potência agrícola, hoje autossuficiente e grande exportador de alimentos, contribuindo fortemente para o combate à fome no mundo. Foi candidato ao Nobel da Paz, não sem polêmica; se premiado, seria mais do que merecido.

         Exemplifica-se o Nobel, porque o apoio a candidatos é fundamental para a premiação. Uma das tradições brasileiras é a desvalorização dos nossos melhores expoentes. Seria o nosso complexo de vira-lata? Corroborando a postura brasileira de desvalorizar personagens importantes do país, cito Dom João 6, um exemplo emblemático. Quando fiz estudos regulares, ele era satirizado e descrito como bonachão.

        Revisitando a história, sem preconceitos, descobre-se que Dom João foi um excepcional governante, trazendo grandes benefícios ao Brasil. O Bragança foi o único não subjugado, segundo Napoleão. Igualmente, muitos notáveis da nossa história não são adequadamente reconhecidos, como a princesa Leopoldina, a austríaca que amava o país e foi mentora da Independência. E o que dizer de José Bonifácio? Sintetizando, no passado havia empolgação, pelo menos, no futebol, hoje nem isso.

      Foi candidato ao nobel da paz, não sem polêmica. se premiado, seria mais que merecido

Compartilhe