A tradição da ceia de Natal pode ganhar novos sabores em Minas Gerais com um cardápio que troca peru, chester e panetone por ingredientes típicos do estado. A proposta é da chef Maria José Avelino Victoria, professora e consultora em culinária mineira, italiana e confeitaria, que defende o uso de produtos locais como base para uma mesa natalina criativa e conectada à produção regional.
Entre as sugestões estão entradas como pão de queijo recheado com compota de jabuticaba e saladas montadas em formato de guirlanda, feitas com hortaliças, frutas e flores comestíveis cultivadas pela agricultura familiar. No prato principal, o destaque é o lombo recheado com bacon e jabuticaba, servido com batatas assadas e farofa preparada com farinhas de mandioca e milho, além de bacon flambado na cachaça.
As sobremesas mantêm o foco na identidade mineira ao combinar dois símbolos da produção local, o leite e o café. A chef sugere cheesecake de café e o tradicional doce de leite, que pode ser servido puro ou acompanhado de Queijo Minas Artesanal, doces em calda ou até sorvete de queijo. “O doce de leite pode ser servido puro ou acompanhando um bom Queijo Minas Artesanal, com doces de figo, mamão ou cidra em calda ou ainda, para quem prefere, um delicioso sorvete de queijo!”, afirma Maria José.
O cardápio também abre espaço para vinhos de inverno e azeites produzidos em Minas, especialmente na Serra da Mantiqueira. Esses produtos são resultado de pesquisas conduzidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, a Epamig, que atua em 14 frentes na área de alimentos e foi responsável pela primeira extração de azeite extravirgem do Brasil. Atualmente, cerca de 200 propriedades produzem azeite no Sul de Minas e 130 vinícolas estão em atividade em 50 municípios do estado.
Tradição e Mineiridades
Segundo o diretor de Pesquisa e Inovação da Epamig, Trazilbo José de Paula Júnior, o avanço da vitivinicultura e da olivicultura no estado já rende reconhecimento fora do país. “Os vinhos e azeites mineiros já conquistam prêmios nacionais e internacionais. Agora, buscamos adaptar o cultivo de oliveiras a regiões mais quentes, ampliando a produção de azeite para outras áreas do estado”, diz.
Para que esses produtos cheguem com segurança à mesa do consumidor, o Governo de Minas atua por meio do Sistema Agricultura, que reúne a Secretaria de Agricultura, a Emater-MG, a Epamig e o IMA. A Emater-MG presta assistência técnica e de gestão a produtores da agricultura familiar, apoiando desde a regularização de agroindústrias até a adoção de novas tecnologias. “Auxiliamos na regularização, na criação dos rótulos e na adoção de novas tecnologias para o processo produtivo”, explica a coordenadora técnica de Agroindústria da Emater-MG, Thaís Brumano Kalil.
Já o Instituto Mineiro de Agropecuária é responsável pela fiscalização de produtos de origem animal e vegetal. Com a regulamentação recente da Lei nº 25.424, o órgão passou a inspecionar também alimentos e bebidas processados a partir de vegetais. “Trabalhamos de forma consistente para ampliar o número de produtores regularizados, garantindo um consumo seguro e saudável”, afirma o diretor do IMA, André Duch.
Crédito: DIEGO VARGAS – Seapa

