O Hospital João XXIII (HPS) atende por ano cerca de 2 mil vítimas de queimaduras. Somente de janeiro a maio deste ano foram mais de 700 atendimentos realizados pelo maior pronto-socorro de Minas Gerais. O HPS é referência em traumas graves.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que gerencia o HPS, lançou no mês dedicado à campanha Junho Laranja a Linha de Cuidados e Diretrizes Assistenciais com diversos protocolos para atendimento a pacientes queimados, na escala de gravidade para cada caso.
“Criamos o protocolo não só com o objetivo de organizar e melhorar ainda mais o processo de cuidado nos hospitais da fundação. Também focamos nos atendimentos externos à Fhemig para que seja uma entrega para o Sistema Único de Saúde (SUS) de Minas Gerais”, afirma a diretora assistencial da Fhemig, Lucinéia Carvalhais.
Queimaduras por álcool
Segundo a coordenadora do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do João XXIII, e presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), Kelly Danielle de Araújo, entre os queimados graves da unidade, os casos mais comuns são de queimaduras por álcool. “É metade deles. Seguido por queimaduras com chamas e eletricidade”, afirma.
No caso daquelas queimaduras menos graves, que não necessitam de internação no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), prevalece a escaldadura como causa mais comum de acidente – principalmente causadas por água e óleo quentes.
Resfriar o local com água corrente
A a médica explica que em casos de queimaduras a primeira coisa a ser feita é resfriar o local com água corrente em temperatura ambiente, envolver em um pano limpo e seco e procurar o atendimento médico em seguida.
“Jamais coloque borra de café ou pomada, por exemplo, pois quando chegar ao pronto socorro o médico precisará remover tudo para avaliar a ferida e fazer o curativo corretamente, causando ainda mais dor”, explica Kelly.
Nos casos em que não houver um posto médico próximo, é importante tomar alguns cuidados iniciais até que se consiga o atendimento adequado.
“É necessário lavar a ferida com água e sabão e não deixá-la descoberta, para não contaminar. Se a queimadura for em membros superiores, como a mão, não se deve deixar o braço pendurado; mantenha sempre acima do umbigo, para não inchar tanto. Também é importante retirar colar, anéis, pulseiras, relógio, roupas apertadas ou tudo que pode correr o risco de ficar preso”, orienta a cirurgiã plástica do HPS.