Economia

Minas terá a Rota dos Vinhos

vinhos

Iniciativa tem o objetivo de impulsionar o enoturismo no estado

Minas Gerais terá a Rota dos Vinhos, iniciativa que irá impulsionar a expansão do setor de vinicultura no estado, que contempla a produção de vinhos, e a vitivinicultura, para o produtor de uvas in natura.

O protocolo de intenções para criar e estruturar a rota foi assinado nesta segunda-feira (19/8) pelo Governo de Minas e importantes parceiros.

Desta forma, o enoturismo – turismo voltado ao consumo e apreciação de vinhos – passará a ser o foco de uma política pública para atrair visitantes e investimentos, além de gerar emprego e renda.

A expectativa é a de que a Rota dos Vinhos, uma vez concretizada, contribua ainda mais para a visibilidade e atração de turistas interessados na cultura vinícola de Minas Gerais.

O documento foi assinado entre o Governo de Minas, via secretarias de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e de Desenvolvimento Econômico (Sede), Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), Sebrae Minas e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), para dar início aos trabalhos.

Potencial

O governador Romeu Zema e o vice-governador Professor Mateus participaram do evento que contou com a presença de mais de 40 produtores de 20 municípios mineiros.

O governador destacou o potencial turístico e produtivo do setor em Minas. “A vinicultura vem passando por um crescimento exponencial, e isso significa um crescimento a longo prazo enorme. E queremos aproveitar todo o potencial que a cultura da uva e a produção de vinho têm para despertar o interesse das pessoas”.

O Brasil, segundo o governador, ainda é um país que consome pouco vinho. “Mas com o aumento da renda, esse produto é cada vez mais consumido, gerando interesse crescente”, frisou Romeu Zema.

Ele destacou ainda o papel essencial da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) na missão de introjetar uma cultura presente em outros países.

“Muitos brasileiros viajam para fora do país para conhecer vinícolas e, em breve, com toda certeza, teremos várias atrações desse tipo aqui em Minas Gerais, gerando empregos e um produto de altíssima qualidade, fruto do trabalho de pesquisa da Epamig e da Emater-MG”, afirmou Romeu Zema.

Protocolo

A ideia é que a iniciativa da Rota dos Vinhos contemple nove regiões: Zona da Mata, Triângulo Mineiro, Sul/Sudoeste, Oeste, Norte, Metropolitana, Jequitinhonha, Central e Campo das Vertentes.

Para o vice-governador de Minas, Professor Mateus, esta é uma oportunidade não apenas comercial para produzir a uva e extrair o vinho, mas também para atrair aqueles que praticam o enoturismo.

“Sabemos que o enoturismo é uma atividade com um ticket médio mais alto e, portanto, impacta não apenas a realidade das cidades, mas também a renda dos produtores”, observou.

Trata-se de uma renda acessória muito importante para todos os produtores de vinho no mundo, afirmou o vice-governador. “Renda que ainda não estávamos conseguindo capturar. A iniciativa privada já está fazendo a sua parte: temos hotéis, restaurantes, visitas a vinícolas e vinhedos. Tudo isso avança na direção de uma economia mais estruturada, com mais oportunidades tanto no campo quanto na cidade”, afirmou.

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Minas Gerais tem cerca de cem produtores de vinhos atualmente (Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)

Setor em crescimento

A iniciativa se baseia na crescente popularidade do enoturismo no Brasil. De acordo com o Sebrae, 85% das vinícolas nacionais têm investido na atividade, acompanhando um aumento anual de até 15% no número de visitantes interessados na cultura do vinho, conforme dados da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).

Para o porta-voz da Associação dos Produtores de Uva e Vinho de Minas Gerais, Alexandre Damasceno, a uva e o vinho têm capacidade de motivar as pessoas a viajar em busca de experiências que também envolvem hotelaria, gastronomia, turismo de natureza, artesanato e o interesse pela cultura e tradições locais.

“Os vinhedos harmonizam-se de forma única com o cenário natural, transformando suas paisagens em atrações turísticas ‘instagramáveis’, que encantam visitantes de todas as partes. Eles vêm para conhecer a produção do vinho e, assim, impulsionam um turismo de qualidade”, ressaltou.

Damasceno constatou que, a partir do vinho, as pessoas podem vivenciar de perto a simplicidade dos vinicultores e a forma acolhedora com que os mineiros recebem seus visitantes. “Os visitantes podem conhecer nossa alegria e sentir nossa energia, podem explorar nossas belas paisagens, nossa gastronomia, nossas tradições e nossa rica história de liberdade e luta”, enfatizou.

Ações

A Epamig desempenha um papel crucial no desenvolvimento da viticultura no estado, oferecendo suporte técnico e experimental para novos produtores. A empresa funciona como uma espécie de incubadora dos produtores que estão iniciando a produção e ainda não têm vinícola própria.

Ao longo dessas duas décadas de pesquisas, mais de 80 produtores já foram atendidos. Atualmente, cerca de 30 produtores de vinhos de diversos estados do Brasil estão sendo atendidos pela Epamig.

Nos últimos anos, diversas marcas de vinhos produzidos com a tecnologia da Epamig foram premiadas em conceituados eventos de enologia. Dentre as premiações estão: a Grande Prova de Vinhos do Brasil; Decanter WWA; Vini Bra Expo; Expovinis; Concurso Mundial de Bruxellas; Grande Prova Vinhos do Brasil; Concurso do Espumante Brasileiro; Vitis Mundi; e Wines of Brazil.

Produção de vinhos

Minas Gerais tem cerca de cem produtores de vinhos atualmente. Em 2020 eram 50, aproximadamente, o que indica o rápido avanço da cultura. A estimativa é a de que o mercado movimente R$ 120 milhões por ano.

Atualmente, estão registrados mais de mil hectares de vinhedos conduzidos com a técnica da dupla poda, o que permite colheita em diferentes épocas do ano. Além disso, há uma estimativa de aumentar mais 250 hectares por ano.

A produção estimada, quando toda a área plantada estiver em produção, é de 4 mil toneladas de uvas e 2,4 milhões de litros de vinho.

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