Meio Ambiente

A força e a vida do rio Paraopeba

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Intervenção artística joga luz para potencialidades do curso d’água, fortemente impactado com rompimento de barragem em Brumadinho

Varas de bambu com panos coloridos preenchem uma das margens e a ponte que passa por cima das águas do rio Paraopeba, em Brumadinho, na Grande BH. As imagens retratam crianças se divertindo, pássaros voando e brincando, peixes que resistem nas águas turvas e elementos da vegetação característica da região. Este é o cenário da intervenção artística “As histórias que o rio conta”, feita por um coletivo de mulheres que chama atenção para as potencialidades do rio, destacando cenas do cotidiano e a biodiversidade ali presente.

A Bacia do Rio Paraopeba foi fortemente impactada pelo rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em 2019. A ruptura da estrutura liberou uma avalanche de rejeitos, causando a morte de 270 pessoas e gerando diversos impactos na Bacia do Rio Paraopeba.

“O que a gente é levado a acreditar é que a vida não existe, que os peixes estão mortos, que a água está contaminada. O convite é de estender e alongar o olhar para além da ponte, das margens, e passar um tempo ali, para observar o que existe de vida ali e o tanto que ela é bonita”, explica o coletivo.

As artistas preferem não ser nomeadas, mas identificadas como um movimento que promove um ativismo delicado e sensível, atento a tornar visível o invisível.

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“As histórias que o rio conta”, segundo o coletivo, é como um chamado do rio (Foto: Mel Fayad/Divulgação)

A intervenção busca trazer memórias de um rio que se lembra de ser vivo, além de denunciar a tragédia e chamar atenção para o cuidado com o meio ambiente, em uma região em que a mineração ainda é muito presente. Os que passam por ali são convidados a refletir sobre a relação dos seres humanos com a natureza.

A intervenção foi instalada na madrugada deste domingo (17/12), no dia em que a cidade de Brumadinho completa 85 anos.

“Existe uma coisa muito forte que tem a ver com a mineração que ainda existe e é muito presente. [A intervenção] fica como esse chamado do rio, do olhar para a natureza que está viva e está pulsando”, diz o coletivo.

As obras são todas feitas a partir de materiais recicláveis dentre outros, como ripas para as molduras das gravuras e chapas de MDF.

*Com informações da Agência Brasil

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