Índices de cobertura vacinal vêm caindo no Estado e não estão atingindo as metas
Minas Gerais vem registrando queda significativa dos índices de cobertura vacinal desde 2015. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), dentre os diversos fatores, destacam-se a desinformação, a divulgação de notícias falsas e a dificuldade de conciliar o horário de trabalho com o de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Neste domingo (9/6), é celebrado o Dia Mundial da Imunização, data que serve de alerta para que pais e responsáveis atualizem o cartão de vacinação das crianças e os deles também.
A vacinação é reconhecida mundialmente como uma das formas mais eficazes de prevenção de doenças, evitando óbitos ou complicações em decorrência de alguns agravos.
A SES-MG considera a vacinação como tema prioritário e, por meio do Planejamento Estratégico para o quadriênio 2023-2026, tem como objetivo alcançar o maior nível de cobertura vacinal, para evitar óbitos e internações por casos graves.
De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, o Governo de Minas tem atuado mais intensamente por meio da elaboração de políticas públicas, capacitação dos profissionais de saúde e investimento em ações de vacinação extramuros, com vistas a elevar os índices vacinais e proteger a população de doenças imunopreveníveis.
“A SES-MG possui o programa mais ambicioso de vacinação para aumentar as coberturas vacinais e voltarmos a cumprir todas as metas preconizadas: o projeto estratégico Vacina Mais, Minas”, reitera Prodoscimi.
Segundo ele, somente em 2023 o Estado investiu mais de R$ 165 milhões de repasse direto aos municípios, para que eles possam realizar ações para aumentar os índices, vacinando as crianças dentro das escolas, por exemplo. “As crianças de hoje serão os adultos de amanhã e é muito importante que elas comecem a entender a importância da vacina desde cedo”, explica o subsecretário.
Prodoscimi ressaltou que há riscos severos para a saúde pública com a tendência de queda de imunização. “Muitas doenças já erradicadas anteriormente por vacinas podem voltar, caso a cobertura vacinal não alcance a meta preconizada pelo Ministério da Saúde. A população precisa entender que as vacinas disponíveis são eficazes e instrumentos fundamentais para salvar vidas.”
Vacimóvel
Além do investimento feito no “Vacina Mais, Minas”, a SES-MG publicou, em julho de 2023, a Resolução Nº 8.914, que define as regras de financiamento do Projeto Vacimóvel, que são vans adaptadas para funcionar como unidades itinerantes de vacinação.
Por meio dessa resolução, 77 municípios mineiros foram contemplados e receberam recursos para aquisição de vacimóveis. Os demais municípios do estado serão atendidos por meio de 51 Consórcios Intermunicipais de Saúde.
“Investimos mais de R$ 100 milhões nos vacimóveis, que vão oportunizar a vacinação para usuários que, normalmente, não têm disponibilidade de se deslocar às unidades de saúde. Portanto, trata-se de uma ação importante para aumentar a cobertura vacinal, uma vez que facilita o acesso dos usuários. Nesses dois exemplos, são mais de R$ 265 milhões que Minas investiu para voltar a atingir as metas de coberturas vacinais”, ressalta Eduardo Prosdocimi.
PNI
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi institucionalizado em 1975, por determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de imunização em todo o país.
O programa disponibiliza 48 imunobiológicos, gratuitamente, sendo 31 vacinas, 13 soros e quatro imunoglobulinas. Os imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação contemplam todas as faixas etárias e garantem proteção contra doenças que vitimaram milhares de pessoas nas décadas de 1960 e 1970, como a varíola, tuberculose, poliomielite (paralisia infantil), sarampo e rubéola.
“Estamos no outono, período característico de doenças respiratórias, e algumas campanhas estão em andamento, como a vacinação contra a influenza, que foi prorrogada em alguns municípios, a da Covid e a da dengue, para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos”, pontua o subsecretário Eduardo Prodoscimi.
Cobertura
Os índices vacinais da Covid, dengue e influenza estão abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que é de 90%. Foram aplicadas 3.997.033 doses da vacina contra a gripe em Minas Gerais, o que representa 42,59% de cobertura vacinal.
A cobertura vacinal contra a Covid está em 87,02% para duas doses da vacina monovalente, 55,91% para três doses e 19,34% para quatro doses. A vacina bivalente foi aplicada em 23,34% do público-alvo no estado.
Já a cobertura vacinal de proteção contra a dengue, entre crianças de 10 a 14 anos, está em 53,12% para a primeira dose, em relação ao distribuído, e 1,10% para a segunda dose. A cobertura vacinal da primeira dose é de 16,09%, e da segunda dose é de 0,09%.
“Também iniciamos, em maio, a campanha de vacinação contra a poliomielite, que previne a paralisia infantil. Todos os imunizantes estão disponíveis nas unidades de saúde e, por isso, cada cidadão deve fazer sua parte, garantir sua vacina no posto e levar seus filhos e os idosos para se imunizar”, convoca.