Produto foi apresentado em ação cultural na Embaixada do Brasil em Paris
Produtores de queijo artesanal das regiões do Serro, Canastra e Cerrado apresentaram os produtos que vêm conquistando prêmios no país e em festivais internacionais em um evento na Embaixada do Brasil, em Paris. A ação, promovida pelo Governo de Minas, apresentou também o artesanato mineiro e a cozinha mineira clássica e contemporânea.
A iniciativa, realizada em parceria com Fartura e Cemig, aconteceu nesta quarta-feira (19/6). Além disso, o chef de cozinha Henrique Gilberto, do Grupo Viela, mostrou a versatilidade do queijo mineiro na composição de pratos originais que trazem a marca da mineiridade.
Participaram do encontro o vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus; o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira; os embaixadores Ricardo Neiva Tavares, atual embaixador do Brasil na França, e Paula Alves de Souza, delegada permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Brasunesco).
“Quando você é de Minas Gerais, o queijo é parte da sua vida. Temos 30 tipos diferentes de queijo no nosso estado, e comemos 2,2% mais queijo do que qualquer outro brasileiro. Então, é parte de quem nós somos, e também é parte da nossa economia”, declarou o vice-governador, Professor Mateus.
A ação integra a promoção do produto tipicamente mineiro ao redor do mundo para que ele seja reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade. “É um trabalho que a gente já vem fazendo há um bom tempo. Já tivemos uma missão em Marrocos. Também tivemos várias etapas desse pleito, que é o reconhecimento do Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Imaterial da Humanidade. Isso vai trazer ainda mais visibilidade, promoção e valorização para os nossos queijos artesanais”, afirmou o diretor-presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Otávio Maia.
Segundo ele, essa é a última etapa de defesa do pleito. “Se Deus quiser, receberemos a notícia positiva do Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Imaterial da Humanidade”, completou.
Produtores em Paris
Representando a Serra da Canastra, o gerente executivo da Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan) e secretário executivo da Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo), Higor Freitas, levou cinco queijos de diferentes produtores da região: Pedacin da Serra, Pingo do Mula, Roça da Cidade, Capela Velha e Capão Grande.
Para ele, a divulgação do Queijo Minas Artesanal e da cozinha mineira é extremamente importante para atrair pessoas interessadas nos produtos, história e tradição do estado. “Promover nossos produtores ajuda a agregar valor aos produtos locais, a manter viva essa cultura que é passada de geração em geração. Minha expectativa é que possamos, mais uma vez, mostrar a qualidade dos nossos queijos para o mundo”, disse Higor.
Já Lindomar Santana dos Santos, que desde 1987 produz queijo em Sabinópolis, região do Serro, embarcou para Paris com quatro queijos na mala. Suas criações – Santana, Só Toni, Canaã e Quilombo -, todas já premiadas na França, chegam agora ao país não para competir, mas para encantar os paladares.
“O queijo artesanal já faz parte da cozinha mineira. Buscamos o reconhecimento do nosso saber fazer para, assim, conseguirmos levar nosso produto a todos os países”, ressaltou.
Utilizando-se do queijo e muitos outros ingredientes, o chef Henrique Gilberto, do Grupo Viela, mostrou a cozinha mineira contemporânea através de um cardápio original. Pratos como batata baroa cremosa com ovo defumado e caldo caipira, peito de vitela com creme de alho poró e cogumelos e Gougères de queijo canastra com goiabada fizeram parte do menu, oferecido pelo Fartura, com patrocínio da Cemig, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
Candidatura
Neste ano, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal podem ser reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O pedido de candidatura, entregue em março de 2023, está sendo analisado pela Unesco, que dará o parecer definitivo na 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, em dezembro, no Paraguai.
Com o reconhecimento da Unesco, as regiões mineiras produtoras de queijo artesanal se tornarão pontos de atenção ainda maior do público, impulsionando o turismo em níveis nacional e internacional e garantindo o desenvolvimento econômico e sociocultural dessas regiões.