Empresas têm dificuldades para pagar dívidas
A celebração do Dia dos Pais é a esperança do setor de bares e restaurantes para melhorar as vendas neste ano. Cerca de 79% dos estabelecimentos esperam faturar mais em comparação a igual data do ano passado. Para 65% deles, o aumento poderá ser de até 20%.
É o que revela pesquisa feita entre os dias 22 e 29 de julho com 2.005 empresários de todo o país pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Segundo o levantamento, 78% dos empreendimentos pretendem abrir no Dia dos Pais. A sondagem aponta também que, em relação a um domingo comum, 57% dos empresários preveem aumento de até 20% nas vendas.
Do total de consultados, 7% afirmaram esperar expansão entre 21% e 30%, enquanto outros 7% mostraram-se mais otimistas, prevendo crescimento no faturamento superior a 30%.
Esse aumento nas vendas daria mais fôlego para os empreendedores, que vêm enfrentando dificuldades para manter as contas em dia. Segundo o responsável por conteúdo da Abrasel, José Eduardo Camargo, 60% das empresas operaram sem lucro em junho, englobando 36% que se mantiveram equilibradas e 24% que registraram prejuízo.
Em julho, esse número de estabelecimentos no prejuízo caiu para 24%. No total, 40% das empresas estão com dívidas em atraso. “É um quarto do setor que não está conseguindo trabalhar com resultado positivo. Isso é bem preocupante porque está se tornando crônico, muito em função de dívidas, principalmente”, observou Camargo.
Dívidas
A percepção é a de que o movimento está normal, o que não se reflete no faturamento. “Não está havendo queda no movimento. As empresas é que estão com dificuldade para pagar dívidas atrasadas, por exemplo, o que afeta o resultado, mas não o faturamento.”
Da mesma maneira que ocorreu no Dia das Mães, Dia dos Namorados e no Carnaval, as empresas aproveitam para retomar fôlego e, embora a data, historicamente, não seja tão potente como as demais, Camargo assegurou que “o pessoal está apostando bastante este ano”.
Entre as empresas endividadas, 73% devem impostos federais, 47% devem impostos estaduais, 36% têm empréstimos bancários em atraso, 29% têm débitos com serviços públicos como água, luz, gás e telefone, 29% devem encargos trabalhistas e previdenciários, 27% estão em atraso com taxas municipais, 22% devem a fornecedores de insumos como alimentos e bebidas, 20% têm débitos de aluguel, 11% devem a fornecedores de equipamentos e serviços e 6% estão em atraso com pagamentos a empregados.
“Os donos dos estabelecimentos privilegiam pagar os empregados, porque senão eles não conseguem ficar abertos, e também os fornecedores e serviços essenciais como água. Por isso, tem tanta gente devendo imposto”, analisou Camargo. Destacou, por outro lado, que ao longo do tempo isso vai causando para o empresário um problema cada vez mais importante.
*Com informações da Agência Brasil