Tempo de mudanças
Grandes verdades de ontem hoje se tornam meras peças de um museu da memória. Quem se lembra das famosas súmulas vinculantes, que tornavam as sentenças dos juízes previsíveis? Agora, até mesmo a coisa julgada pode ser anulada. E o STF, que antes funcionava como um colegiado e hoje se apresenta com uma profusão de decisões monocráticas abusivas, realçando o ditado “em cada cabeça uma sentença”?
O fato é que verdades absolutas de ontem, hoje, não mais o são. O histriônico presidente Nicolas Maduro assumiu de vez a sua faceta de facínora, boquirroto e falastrão. Qual seria a real dimensão dos mapas eleitorais que precisaram ir para o fogo, para simular mais uma vitória, que não existiu, do canalha que dirige a Venezuela? Acham pouco? Então me respondam: o que produz tanta volatilidade na Bolsa de Valores? Em bom economês: os efeitos que as expectativas do mercado de capitais exercem sobre os fundamentos econômicos, ultimamente, têm-se distanciado bastante da realidade.
O fato é que verdades absolutas de ontem, hoje, não mais o são
O ontem não mais está valendo, como atestava o espetacular crescimento chinês. Sua produção, que vinha abastecendo os mercados consumidores do mundo inteiro, começa a sofrer com a volta das barreiras alfandegárias e com o desmonte da globalização. E a tecnologia, hein? Quem, em sã consciência, imaginava o advento da inteligência artificial com tanta força? Agora, o pesadelo mundial reside no medo de sabotagem dos cabos submarinos de fibras óticas que podem paralisar o mundo. As moedas virtuais completam um cenário inimaginável pela forma como vêm se firmando em um mundo atrelado ao dólar.
As pesquisas eleitorais, que antes registravam tendências bastante razoáveis, hoje ganham a desconfiança da população, que delas duvida. Enquanto quase 450 mil candidatos disputarão vagas de prefeito, vice-prefeito e vereador nos mais de 5,6 mil municípios brasileiros, fica difícil projetar como ficará o tabuleiro eleitoral do futuro com a chegada do furacão Pablo Marçal. Será que ainda veremos políticos amargando ver o sol nascer quadrado, depois do escandaloso assassinato da Operação Lava Jato? E se a delação premiada renascer, conseguiria, ainda, abalar os alicerces de nosso robusto mercado econômico e do mundo político que já comeu a carne e, agora, quer roer o osso? O tempo dirá.