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Louis Burlamaqui: “Passei a aceitar, relaxar e confiar”

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Ao longo de três décadas, Instituto Aletheia transforma a vida de pessoas por meio de terapias energéticas e espirituais

 

Curas físicas, mentais e emocionais por meio de uma rede comprometida com o autoconhecimento, o bem-estar e a evolução espiritual. Esse é o princípio do Instituto Aletheia, organização filantrópica belo-horizontina que celebrou 30 anos de história em 2024 e o marco de atendimento de mais de 100 mil pessoas. Sem fins lucrativos e nenhum vínculo com religião ou doutrina, o Aletheia se autodefine como um “centro de energia cósmica” e realiza seu trabalho terapêutico por meio da incorporação de seres dimensionais em um médium. Esses serão são chamados de consciências e, segundo a concepção do instituto, são originárias de outras constelações do universo.

Essa história começou com o casal Jorge Perutz e Teresinha Dolabela. Na época, Jorge enfrentava uma doença cardiovascular e se tratou com o médium Zezinho, em Presidente Prudente (SP). Após o relato de cura, a família passou a receber o paranormal em sua casa em Belo Horizonte, duas vezes por mês – o paranormal recebia médicos desencarnados em suas sessões. Passados alguns meses, Jorge e Teresinha e um grupo de 17 amigos decidiram formalizar aqueles encontros. À época, Teresinha relatou que o nome de batismo do instituto veio a seus ouvidos de maneira quase mística, como se alguém muito superior tivesse lhe soprado a palavra “Aletheia”, que significa “verdade” em grego.

O objetivo da entidade sempre esteve muito claro: promover a cura e a valorização da vida por meio de práticas energéticas e espirituais. Na primeira década, a metodologia terapêutica envolvia a incorporação de médicos já falecidos, que atendiam casos de saúde variados. Porém, pouco antes de morrer, em 2005, o paranormal Zezinho preparou Jorge Perutz para assumir o papel de “canal” – nome dado ao médium responsável por receber e canalizar as consciências cósmicas.

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Instituto já atendeu mais de 100 mil pessoas

A partir daí, a atuação do Aletheia se expandiu, incorporando práticas mais profundas e voltadas ao autoconhecimento e à evolução holística. Entre 2005 e 2010, Jorge Perutz realizou cerca de 18 mil atendimentos e aconselhamentos, além de canalizar a escrita dos livros “Revelações” e “Visões cósmicas para se viver com ética”. Ele mesmo preparou seu sucessor: Luiz Bezerra Mello Neto. “Jorge e eu fomos sócios de um projeto na década de 1990. Depois de muitos anos, ele me procurou, e disse que eu havia sido escolhido para ser o novo canal do Aletheia. Foi uma revelação muito estranha, que me pareceu muito distante da minha realidade e dos meus objetivos, já que eu nunca havia participado de nenhuma sessão do instituto”, recorda.

Depois de nove meses, Louis Burlamaqui, como é conhecido no instituto, entendeu que de veria assumir a missão a qual estava predestina do. Jorge faleceu uma semana depois, em setembro de 2010. “Com isso, passei a ter uma clareza inexplicável de tudo o que eu precisava fazer e por quais rumos deveria conduzir o Aletheia.” Ele relembra que, no primeiro momento, ficou preocupado em ser malvisto na sociedade. “Ao longo dos anos, passei a aceitar, relaxar e confiar, ao ver muitas pessoas tiveram curas inexplicáveis por nosso intermédio”, conta.

Louis é atualmente o único canal no Aletheia a incorporar as consciências cósmicas, que atuam como guias espirituais. “Esses seres vivem em outras dimensões e trazem ensinamentos que transcendem as religiões e os dogmas espirituais tradicionais, focando na evolução holística e no bem-estar do ser humano. Eles não têm especializações terrenas, como médicos ou terapeutas, mas possuem um profundo conhecimento cósmico e energético”, explica. Um detalhe: Louis não se lembra de nada depois de incorporar as entidades e orientar os “auxiliados”, como são chamadas as pessoas que procuram o Aletheia.

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Louis Burlamaqui com Jorge Perutz em palestra em 2010

A atual gestão do Aletheia, presidida por André Santos, conta com uma equipe compro metida com a missão de ajudar o maior número de pessoas possível. Em um número crescente, mais de 40 voluntários formam a atual espinha dorsal da instituição, modelos que tem se mostra do sustentável, pois os auxiliados, muitas vezes, sentem-se tocados pela experiência e decidem colaborar financeiramente. “Somos uma grande família cósmica, disponível para ajudar a qual quer pessoa, independentemente de religião, raça e sexo, com qualquer tipo de problema ou dificuldade. É um trabalho de evolução de nós mesmos”, expressa o presidente.

 A infraestrutura tem se expandido, com planos para uma nova sede para acomodar o crescente número de auxiliados – atualmente, o Aletheia está alojado em uma casa no bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte.

Os atendimentos acontecem todas as segundas-feiras à noite, mediante agendamento prévio, são 100% gratuitos e têm como foco a trans formação da saúde física, emocional, psíquica e espiritual de dentro para fora, promovendo a autossuficiência, o equilíbrio emocional e a expansão da consciência. Já nas noites de terça, o Aletheia promove Círculo Sagrado de Luz, um programa de reenergização e realinhamento espiritual conduzido por guias – pessoas sensíveis que foram preparadas para conduzir esse trabalho, mas que não passam por incorporação de entidades. A prática visa promover a revitalização e o reequilíbrio energético dos participantes.

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Gláucia Nogueira:identificação imediata

“Mais de 500 pessoas são atendidas mensal mente, e há uma fila de espera de cerca de três meses para os atendimentos iniciais, com mais de 300 pessoas aguardando para ser atendidas”, relata a diretora de atendimento Gláucia Nogueira. Ela chegou ao Aletheia em 1995, diagnostica da com neurocisticercose. “O acolhimento e a experiência transformadora de cura me trouxeram identificação imediata. Fui curada e me tornei voluntária. Acredito profundamente na energia positiva do instituto”, conta Gláucia, que, em 29 anos, presenciou as diferentes fases vividas.

 A administradora de empresas Laís Miran da também dá o seu depoimento: em 2014, ela enfrentava um período marcado por crises de ansiedade tão intensas que, em alguns momentos, a levavam a desmaios. “Embora já estivesse fazendo acompanhamento médico e psicoterapêutico, meu marido sugeriu que eu procurasse o Aletheia, acreditando que poderia ser uma alternativa para ajudar a aliviar o sofrimento. Foi o que fiz”, lembra. Ali, teve início um processo de autoconhecimento que a ajudaria a ressignificar a ansiedade como sinal de questões internas que precisavam ser trabalhadas.

Anos depois, ao descobrir uma gravidez inesperada, Laís mais uma vez recorreu ao Aletheia em busca de ajuda. “Sem que eu dissesse uma palavra, o ‘canal’ me perguntou o que eu tinha barriga. Surpresa, contei sobre a gestação, e o atendimento seguiu com sugestões para um retorno.” Contudo, algumas semanas depois, ela descobriu que a gestação era ectópica (quando o embrião de se desenvolve fora do útero), e a interrupção foi necessária para preservar sua saúde. “O momento foi extremamente doloroso. Embora já fizesse terapia, precisei de um apoio mais profundo para lidar com a dor emocional.” O Aletheia foi fundamental em seu processo de cura.

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Laís Miranda: Aletheia foi fundamental no processo de cura
FOTO: Milene Marques

Ao longo de um acompanhamento que durou cinco anos, Laís trabalhou para liberar a energia estagnada e, finalmente, conseguiu lidar com a dor do aborto de forma saudável, entendendo e aceitando a experiência que viveu. “O autoconhecimento foi essencial para que eu pudesse integrar essa experiência e encerrar esse ciclo de uma forma saudável”, diz.

Com vasta experiência em cuidados de saúde convencionais, a médica Heloísa Gláucia Magalhães relata ter encontrado no Instituto Aletheia um caminho alternativo para a cura física, que transformou sua perspectiva sobre a medicina e o corpo humano. Ela buscou o Aletheia para tratar um problema que a acompanhava há anos: cálculos renais. “Não obtive alívio imediato, mas algo muito mais profundo aconteceu: as orientações recebidas me ajudaram a encontrar um novo caminho, direcionando-me para outro serviço de urologia, com equipamentos mais avançados. Isso é, não foi um milagre, mas a iluminação da rota.” Em outra ocasião, depois de se deitar na mesa do atendimento, ela sentiu nitidamente a presença das consciências, que realizaram movimentos sutis no local da dor. Para sua surpresa, no dia seguinte, a pedra foi expelida naturalmente, na urina.

A médica também levou sua mãe de 90 anos ao Aletheia. “Ela sofria de coceiras constantes no corpo, sem sucesso de tratamento com vários médicos. Após algumas sessões, a melhora foi impressionante, com a coceira desaparecendo em mais de 90%. Tudo isso apenas com o toque”, ressalta. Outro relato envolve o pai, que sofria de Alzheimer e estava impossibilitado de sair de sua casa de repouso. Nesse caso, Heloísa atuou como “ponte”, uma espécie de instrumento humano por meio do qual as entidades interferem no bem-estar de terceiros, que, por algum motivo, estão indisponíveis para contato. “As consciências cuidaram do meu pai através de mim, e ele sentiu alívio em suas dores.”

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Em tempos de vida digital, o Aletheia também tem seu trabalho remoto, o projeto “Vozes da consciência”, transmitido pelo YouTube. Nos vídeos, Louis, com a ajuda das consciências cós micas, compartilha ensinamentos sobre a vida, o universo e processos de cura. “Esses programas são uma oportunidade de expandir a percepção, elevar a energia e proporcionar clareza sobre questões existenciais e espirituais”, descreve. As transmissões ajudam a expandir a capilaridade do instituto, que tem procura por atendimento vindas de todo o Brasil e de outros países, como Argentina, Canadá e Austrália.

O Instituto Aletheia também possui forte presença literária, com a publicação de nove livros, todos assinados pelas consciências que se revelaram nominalmente: Stella, Luiz Bezerra, Joehl, Jheremias, Ata, Eahhh, Yahnon, Maria, Q’mbo e Sekjam. Dentre eles, está o “Meditações cósmicas – Chaves de acesso aos portais de conexão”, com ensinamentos de uma entidade que se autodenomina Yahnon, conectada ao sol central do sistema estelar Alcyone. Já em “A essência da bondade”, a consciência cósmica Jheremias ensina a resolver problemas relacionais a partir de um campo vibracional de alta frequência, estimulando o leitor a transformar a forma como capta a realidade. Além disso, o instituto lançou o álbum “Mantras solares”, disponível em plataformas de streaming, em colaboração com o artista mineiro Marcus Vianna. “São harmonias que vieram das consciências do universo; ao serem escutadas, elas trazem alinhamento e autocura”, descreve Louis.

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