Entre os destaques está o documentário Entre Orações e Montanhas, que terá estreia em Belo Horizonte. Produzido em Minas Gerais, o filme apresenta sete mestres da fé popular e explora a relação entre rezas, ervas e rituais de cura, conectando espiritualidade e preservação ambiental. A programação também reúne títulos que tratam da transmissão de saberes entre gerações, com foco no papel das mulheres mais velhas na formação das crianças e no fortalecimento das práticas educativas tradicionais.
Filmes como Edukação de Kilombu e Kutala apresentam processos de ensino baseados na oralidade, na convivência comunitária e no cultivo da terra. Outras produções destacam a preservação de rituais e danças, como As Dançadeiras de São Gonçalo e Do mar, os passos, além de Campo Grande é o Céu, que documenta a resistência das comunidades de Mostardas na manutenção dos Ternos de Santos Padroeiros.
As lutas territoriais e o impacto do racismo ambiental são abordados em obras como Canto de Acauã, que acompanha a defesa de um território ancestral, e O Brigue de Bracuí, que revisita a história do navio negreiro Camargo e a atual mobilização dos descendentes pelo direito à terra. Filmes sobre manejo tradicional e relação com o meio ambiente, como Panha de Flor e Roça de Toco, reforçam a diversidade temática da mostra, que reafirma o cinema como ferramenta de memória, resistência e afirmação política dos territórios quilombolas.
Cultura e Representatividade
A 7ª Mostra Cinema dos Quilombos chega ao Cine Santa Tereza entre 3 e 7 de dezembro com uma seleção de curtas e documentários que abordam a memória, os modos de vida e as lutas contemporâneas das comunidades quilombolas brasileiras. Realizada pela instituição Cinema dos Quilombos, a programação é gratuita e conta com sessões comentadas, com retirada de ingressos pelo Sympla ou diretamente na bilheteria do cinema. A mostra reúne obras produzidas por quilombolas e aliados, com temas que vão da ancestralidade às disputas por reconhecimento.
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