LIRAa feito pela prefeitura mostra que nove em cada dez criadouros do Aedes aegypti estão nos domicílios
Estudo deste ano indica que BH está com baixo risco para as arboviroses
Divulgação/PBH
Os pratinhos de plantas são os principais vilões da dengue em Belo Horizonte. É o que mostra o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), realizado neste ano, para identificar áreas com maior concentração de focos e os tipos de criadouros mais frequentes do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika.
O estudo anual apontou que foram encontradas larvas do mosquito em quase metade (42,5%) dos pratinhos de plantas verificados nos domicílios da capital mineira. O índice mostra a importância de cada morador fazer a sua parte e sempre verificar os possíveis pontos de acúmulo de água em casa para evitar a proliferação do Aedes aegypti.
Os dados demonstraram ainda que 86,1% dos focos estão em ambientes domiciliares, o que reforça a necessidade de cuidados e colaboração da população.
O LIRAa mostrou ainda que 0,6% dos imóveis visitados estavam com larvas do mosquito, o que classifica a capital como área de baixo risco. Pela padronização do Ministério da Saúde, se o resultado for igual ou maior que 4,0%, o risco é considerado alto. De 1,0% a 3,9%, o risco é médio. Já se o número for menor que 1,0%, o risco é baixo.
O LIRAa é realizado anualmente nas nove regionais da cidade e permite à Secretaria Municipal de Saúde intensificar as ações de combate ao Aedes aegypti, especialmente nas áreas com maior infestação larvária.
Veja quais foram os criadouros predominantes:
42,5% em pratinhos de plantas
13,3% em materiais inservíveis, como latas e plásticos descartados
7,1% em bebedouros de animais
6,9% em tambores e barris para armazenamento de água
6,4 em caixas d’água
5,6% em recipientes domésticos como baldes e vasos
“As nossas ações preventivas e de conscientização são realizadas durante todo o ano, mas com o resultado em mãos conseguimos intensificar os cuidados em ambientes específicos. Já compartilhamos as informações com nossas equipes, mas lembramos que é indispensável a colaboração das pessoas. Esse é um trabalho que vai além da atuação do poder público”, ressaltou a subsecretária de Promoção e Vigilância à Saúde, Thaysa Drummond.
Confira o resultado do LIRAa por regional:
– Barreiro: 0,5 – baixo
– Centro-Sul: 0,4 – baixo
– Leste: 0,9 – baixo
– Nordeste: 0,7 – baixo
– Noroeste: 0,4 – baixo
– Norte: 0,5 – baixo
– Oeste: 0,6 – baixo
– Pampulha: 0,9 – baixo
– Venda Nova: 0,8 – baixo
– Belo Horizonte: 0,6 – baixo
Ações de prevenção
A Prefeitura de Belo Horizonte realiza ações contínuas de prevenção e combate ao Aedes aegypti ao longo de todo o ano, seguindo rigorosamente as orientações do Ministério da Saúde. Além disso, são promovidas de forma rotineira mobilizações da população, visando incentivar cada cidadão a colaborar na eliminação de possíveis criadouros nas residências.
Os Agentes de Combate a Endemias (ACE) percorrem imóveis reforçando as orientações sobre os riscos do acúmulo de água, já que esses locais podem se tornar criadouros do mosquito. Nas visitas também são repassadas orientações sobre como eliminar os focos e, se necessário, é feita a aplicação de biolarvicidas. Só neste ano já foram realizadas cerca de 3,3 milhões de vistorias.
A aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos é feita em áreas com casos suspeitos de transmissão local e também após avaliação ambiental pelas equipes de vigilância e controle de zoonoses. Em 2024 foram realizadas ações em mais de 94 mil imóveis.
Outra importante iniciativa é o monitoramento de focos por meio do uso de drones, que são utilizados para a captação de imagens e aplicação de larvicida diretamente nos locais de risco. Esse ano foram realizados 46 sobrevoos considerando as nove regionais do município, alcançando mais de 10 mil imóveis.
Armadilhas
Belo Horizonte conta ainda com mais de 1,7 mil ovitrampas, que são armadilhas instaladas em pontos estratégicos das nove regionais do município para monitorar a circulação do Aedes aegypti e intensificar ações preventivas em áreas definidas pela análise destes indicadores entomológicos. As ovitrampas simulam o ambiente ideal para a reprodução que atrai as fêmeas. Somente em 2024 foram realizadas mais de 63 mil visitas para o monitoramento.
O método Wolbachia é outra ação que segue em andamento em Belo Horizonte. Trata-se de uma bactéria que é transmitida para humanos ou animais. Os mosquitos que carregam esse microrganismo têm a capacidade reduzida na transmissão das arboviroses, diminuindo o risco dessas doenças. Cabe esclarecer que esse método não envolve qualquer modificação genética do vetor Aedes aegypti.