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Diz o Banco Mundial que, em 2024, 700 milhões de pessoas (3,3 vezes a população do Brasil) viviam em pobreza extrema, com renda menor que US$ 2,15/dia.
De tão baixa, a linha de pobreza definida é, convenhamos, ridícula! No entanto, serve a um propósito político importante: permite afirmar que a atual forma de organizar a sociedade possibilitou substancial redução da pobreza; logo, não há por que pensar em grandes mudanças. Ocorre que, se tivermos uma definição mais aceitável de pobreza, o quadro f ica bem diferente e clama por profundas alterações na forma de organizar a economia e a política em toda a Terra.
O presidente do Banco Mundial, segundo o ChatGpt, ganha cerca de US$ 450.000,00/ ano (fora benefícios); podemos dizer com segurança que ele está entre os “ricos”. Assim, aceitemos como “pobres” os funcionários dos níveis mais baixos do banco, sem graduação, que recebem, fora benefícios, cerca de US$ 20.000,00/ano.
OCORRE QUE, SE TIVERMOS UMA DEFINIÇÃO MAIS ACEITÁVEL DE POBREZA, O QUADRO FICA BEM DIFERENTE
Indagado qual a proporção de humanos que ganha menos que isso, o Chatgpt enrolou e não respondeu. Disse, porém, que a renda média mundial (2021) era cerca de US$ 13mil anuais. Já a Pew Research Center define como sendo de renda alta aqueles que ganham mais de US$ 50,00/dia. Isso mesmo, apenas US$ 50,00/dia, o que significa mais de US$ 18,2mil/ano, renda esta superada por menos de 7% da população mundial!
Dado que nossa espécie já ultrapassou os limites da Terra, em termos da capacidade desta para absorver os resíduos que os ricos geram e o consumo que ostentam, enquanto enganam os “pobres” dizendo que com o “desenvolvimento” eles também ficarão bem, fica evidente ser inviável cumprir a promessa da democracia de possibilitar uma vida digna a todos.
Aí a razão fundamental do atual ocaso da democracia, cuja manutenção requer, além do seu aprofundamento, mudanças de objetivos, hábitos e estilos de viver, produzir, consumir e reciclar.
