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Ato em homenagem às vítimas do rompimento de barragem em Brumadinho marca cinco anos da tragédia

brumadinho

Cerimônia foi marcada por emoção e clamor por memória, justiça e não-repetição desse tipo de desastre

A Praça das Joias, na entrada de Brumadinho, foi palco de um ato em homenagem às 272 vítimas do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale, nesta quinta-feira (25/1), dia em que se completam cinco anos da tragédia.

Milhares de pessoas participaram da cerimônia, marcada por emoção e clamor por memória, justiça e não-repetição. O ato é realizado mensalmente pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho (Avabrum), todo dia 25.

Tradicionalmente, o dia 25/1 é marcado por programação extensa, envolvendo atividades durante toda a semana. Neste ano, as solenidades envolveram atividades como passeio ciclístico (domingo), seminário (segunda-feira), carreata e louvor (quarta-feira), todas organizadas pela Avabrum.

Nesta quinta-feira, os participantes fizeram romaria até a Praça das Joias e, posteriormente, até o letreiro da cidade, local em que ocorreram as homenagens.

União

Participaram familiares das vítimas, diversos representantes das pessoas atingidas que residem ao longo da Bacia do Rio Paraopeba, além de diversas autoridades.

O ato também contou com apresentação de coral, pronunciamentos e, ainda, leitura dos nomes de cada uma das 272 joias.

Às 12h28, horário em que ocorreu o rompimento em 2019, após um minuto de silêncio, os participantes soltaram aos céus 272 balões vermelhos biodegradáveis contendo sementes de girassol – representando cada uma das vítimas.

Em sequência, também foram soltos 1.826 balões pretos – representando os dias decorridos desde o rompimento.

Além das 272 vidas perdidas, o rompimento em Brumadinho gerou uma série de danos sociais, econômicos e ambientais.

Até agora, foram resgatadas e identificadas 269 joias, incluindo as duas mulheres que estavam grávidas.

As buscas seguem para localizar outras três vítimas na área do rompimento: Maria de Lurdes da Costa Bueno, Nathalia de Oliveira Porto Araújo e Tiago Tadeu Mendes da Silva.

Buscas

A operação de buscas é coordenada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e é a maior que se tem notícia, com mais de 1,8 mil dias de esforços.

Atualmente, cerca de 20 militares atuam em campo, com o auxílio de cinco Estações de Busca para as vistorias no rejeito.

Segundo o Corpo de Bombeiros, 8,38 milhões de metros cúbicos (74,8%) já foram vistoriados, 1,3 milhão (11%) ainda estão estocados para análise, dentro de um total de 2,82 milhões de metros cúbicos (25,2%) a vistoriar. A vistoria média mensal é de 180 mil metros cúbicos.

A continuidade da operação até a localização e identificação de todas as joias foi um pedido dos familiares das vítimas e um compromisso assumido pelo Governo de Minas.

Placas de homenagem

No dia 16/1, o Governo de Minas Gerais, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) inauguraram placa em homenagem às joias de Brumadinho na Academia de Bombeiros Militar (ABM), localizada na região da Pampulha, em Belo Horizonte.

O local foi adquirido em definitivo para a corporação com recursos do Acordo de Reparação. O ato simbólico realizado pelos bombeiros contou com a presença do governador Romeu Zema e de representantes da Avabrum, homenageados na ocasião.

A peça produzida em aço e afixada na entrada da unidade conta com o nome de todas as 272 joias que perderam a vida no rompimento.

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