FOTOS: Mafê Lages
Ao viajar pelo Uruguai, pela Argentina, pelo Sul do Brasil ou pelo Paraguai uma coisa é certa: você vai ver muito mate por aí. Passando por Montevidéu, a capital uruguaia, vi muitas garrafas e fontes de água quente, mas não cheguei a provar a erva. Foi no topo de um farol em Cabo Polônio (praia do Uruguai que fica em uma reserva), graças a dois desconhecidos que ofereceram para tirar uma foto minha, que provei pela primeira vez a tradicional erva-mate. Um deles encheu a cuia e me passou, segurei na bombilla, dei um gole e agradeci, pouco sabia eu que estava sendo mal-educada.
Não achei nem bom nem ruim, achei foi meio sem graça e muito quente para beber em dias de verão. Foi só em Punta del Diablo (outra praia uruguaia, ponto de surfistas), depois de receber uma aula sobre as boas maneiras do mate que comecei a gostar de verdade da bebia.
Fiz uma amiga uruguaia que me mostrou que não se pode segurar na bombilla porque ela sai do lugar e muito menos devolver o mate após só um gole, sem terminar toda a cuia, porque a próxima pessoa também merece uma cuia cheia com água nova. Ah, vale também comentar que não se deve agradecer, somente quando você quiser “sair da roda” e parar de beber mate.
Depois de aprender bons modos e de tomar uma cuia cheia, aí sim comecei a me encantar pela erva-mate! Passei dias me deliciando com a bebida e, melhor ainda, conhecendo melhor as pessoas com as quais eu dividia o mate. Aprendi ainda que existe uma super rixa entre o mate uruguaio e o mate argentino (e que o mate paraguaio e brasileiro ficam de fora da briga, em último lugar), mas ainda não me sinto apta para escolher um lado, preciso beber mais mate. Cheguei no Uruguai sem saber nada de mate, voltei pra casa debaixo de um sol de 30º querendo ter uma cuia em mãos.