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Muitos estão encantados com a inteligência artificial (IA), acreditando nos benefícios que sua generalização trará aos humanos. Muitas características da IA asseguram a generalização do seu uso em breve. Há também riscos nessa inevitável generalização.
Um dos problemas é a ocorrência de “alucinações” do software, levando a respostas alucinadas. A possibilidade de a IA assumir o controle e desrespeitar eventuais ordens humanas é outro. O desemprego, com a IA substituindo advogados, médicos, economistas, analistas financeiros e outros profissionais é mais um dos problemas apontados. Há ainda a questão do enorme consumo de energia necessário para fazer funcionar os data centers requeridos para treinar e operar a IA. As implicações desse consumo energético são graves.
A “Nuvem”, que para a maioria parece algo imaterial, na verdade a cada ano consome mais energia
A “nuvem”, que para a maioria parece algo imaterial, na verdade a cada ano consome mais energia que todos os voos comerciais! Em 2018, os cinco bilhões de buscas pela música Despacito no Youtube consumiram energia suficiente para abastecer 40 mil residências nos EUA, por um ano! E o treinamento do ChatGpt nas instalações do Google, parece, teria consumido cerca de 700 mil litros de água para refrigerar as máquinas.
A aceitação das novidades tecnológicas e de consumo deveria ser condicionada à aprovação em consulta popular bem-informada e democrática.
Exemplificando: embora tenhamos de reduzir o consumo de energia, estratégias recentes da indústria automobilística levaram ao aumento das vendas de SUVs, que emitem bem mais que carros menores. A tal ponto que, hoje, de acordo com a Agência Internacional de Energia, caso fossem um país, tais veículos seriam o quinto maior emissor de GEE, atrás da China, EUA, Índia e Rússia, à frente inclusive do Japão e da Alemanha. É justo que a estratégia de aumento de lucros de um setor industrial contribua tão significativamente para a degradação ambiental e humana?