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Hotel Londres: sair da mesmice e inovar

Foto:Bruna Doti

 

Deixando para trás o fantasma do “abandono”, Centro de BH se torna um ímã de novos projetos voltados para gastronomia, lazer, música, hotelaria e inovação

 

         Lugar por onde circulam todas as tribos e que concentra diversos pontos turísticos, como o Parque Municipal e a rua Sapucaí, o Centro de BH parece estar se afastando do estigma de região “insegura e perigosa” e tem atraído cada vez mais empresas voltadas para a gastronomia, entretenimento e negócios. Não por acaso, por ali já inauguraram dois importantes rooftops, o Mira! e o No Alto Bar, e também foi anunciado que o Othon Palace, passará a se chamar Afonso Pena 1050 e se transformará num mix de hotel e moradia – com atrações abertas ao público. Mas, isso é só a ponta do iceberg.

        Com previsão de abertura neste mês, o Terraço Niê vem se juntar ao grupo dos rooftops descolados da região central. Localizado na cobertura do prédio P7 Criativo, em frente à praça Sete, o nome é uma referência carinhosa ao arquiteto Oscar Niemeyer, que projetou o edifício inaugurado em 1953. O empreendimento é liderado pelo trio de empresários Pedro Lobo Aline Prado e Elam Moura e promete se tornar “parada obrigatória” da cidade. “Queremos nos firmar como um ponto turístico.

        Muita gente tem curiosidade em conhecer algum edifício projetado pelo Niemeyer, mas nem sempre tem a oportunidade. O prédio da praça da Liberdade, por exemplo, é residencial e acaba restringindo as visitações. Com o Niê, as pessoas terão a oportunidade de desfrutar desse privilégio, conhecendo o edifício por dentro e desfrutando de uma experiência única”, afirma Pedro.

 

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        A ideia é que o local funcione como restaurante no tradicional horário de almoço e se torne um café lá pelo meio da tarde. Depois, o local volta a ser restaurante para receber o público noturno. Porém, Pedro afirma que não quer “ninguém sentado o tempo inteiro”.       

       A proposta é ser algo bem descontraído, um espaço onde as pessoas possam circular e se divertir. Teremos programação musical e horário estendido até o início da madrugada. Também instalamos dois binóculos, para que as pessoas observem outros pontos turísticos, como as pinturas nos prédios e as montanhas.”

       E a homenagem a Niemeyer não acaba no nome. Com cardápio assinado pelo chef Victor Zulliani, cada prato remete a um país onde o arquiteto projetou algum edifício ou obra. “Tem um prato que remete à Itália, outro ao Brasil. A ideia é proporcionar uma espécie de volta ao mundo repleta de referências”, conta.

       Para ele, toda essa efervescência pela qual o Centro tem passado, com diversos empreendimentos apostando na região, é um movimento mundial. “Você vê isso em várias capitais do Brasil e pelo mundo afora. Quando um turista vai para a Europa, por exemplo, ele não vai visitar condomínios. Ele anda pelo centro das cidades, vê os prédios históricos. Acredito que BH está seguindo essa tendência, que é super positiva”, aponta.

 

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          Já Gustavo Macena, presidente do P7 Criativo, afirma que o restaurante “é a cereja do bolo” de um empreendimento que já vem dando muito certo na capital. “O último andar merecia uma gestão profissional voltada para a gastronomia. O projeto do Pedro se encaixou perfeitamente com o que procurávamos”, garante.

       Com 25 andares, o prédio oferece a modalidade de coworking, o aluguel de salas para empresas e espaços para eventos corporativos. “Nosso foco é totalmente a economia criativa e a inovação. Temos iniciativas do Sebrae e da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e diversas startups. As próprias empresas conseguem oferecer soluções umas para as outras. As conexões de negócios são nosso principal ativo”, diz.

       De acordo com ele, já foram realizados mais de 400 eventos desde meados de 2022, incluindo confraternizações de empresas e eventos importantes do calendário mineiro, como o Minas Trend. “O bacana é que não há conflito. Já tivemos eventos simultâneos, nos segmentos de tecnologia e moda, com públicos totalmente distintos, e tudo correu bem. Nosso espaço permite isso”, aponta Gustavo.

 

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            Além do Niê, Pedro, Aline e Elam também são responsáveis pelo Montê Bar, que completa um ano da sua inauguração em setembro e funciona dentro do edifício do CentoeQuatro – que fica ao lado da praça da Estação e abrigou uma das primeiras fábricas da cidade. Versátil, o espaço contempla tanto experiências mais intimistas, com programação de jazz e vinho, quanto eventos mais populares, como o samba de domingo.

        “Tem dado muito certo. Já ampliamos nosso espaço e expandimos a capacidade de atendimento em 30%. Sentimos que as pessoas querem estar no Centro, então para nós é uma grande honra reativar um espaço tão importante da cidade. Nosso público tem sido bastante democrático, você encontra todo tipo de gente”, garante Aline.

        Além do espaço onde funciona o bar, o grupo também conseguiu, em fevereiro, a concessão para explorar o CentoeQuatro como um todo. Assim, o local também pode ser usado para eventos sociais, como aniversários. “Estamos planejando uma feira aos domingos, focada em produtores e artistas locais. É uma forma de unir o CentoeQuatro ao Montê”, revela.

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Matéria continua na próxima publicação…

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