Bruno Engler: “Falta visão para resolver os problemas”
Foto: Tião Mourão
Bruno Engler, pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, aponta mobilidade, Plano Diretor e Código de Posturas como pontos a serem melhorados
Em seu segundo mandato como deputado estadual, com a maior votação da história de Minas Gerais, Bruno Engler sente-se preparado para assumir a prefeitura de Belo Horizonte e colocá-la no século XXI. “Eu acredito que a cidade pode ser mais do que ela é hoje. Ninguém está satisfeito com os serviços públicos e a justificativa para essa situação é sempre a mesma, a de que faltam recursos”, disse durante o almoço-palestra do Conexão Empresarial, evento promovido pela VB Comunicação. Só em Belo Horizonte, Bruno Engler obteve 180 mil dos 637 mil votos nas últimas eleições e para ele, a população da cidade está preparada para votar em um candidato da direita e lembra que o ex-prefeito Alexandre Kalil, que disputou o governo de Minas, perdeu em Belo Horizonte e o seu candidato à presidência também ficou atrás do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele elencou como os principais problemas da capital mineira a questão da mobilidade, com iniciativas e obras que demandam recursos e não atendem os interesses da população, como é o caso da ciclovia da avenida Afonso Pena, que segundo Bruno Engler, já consumiu R$ 5 milhões de recursos públicos. Para desfazer o que está lá, será outro gasto. Ele também criticou os investimentos na Lagoa da Pampulha, um dos cartões postais da cidade, que consumiu R$ 1,4 bilhão e da prorrogação do contrato com a empresa responsável pela limpeza da Lagoa, no valor de R$ 22 milhões, sem licitação.
Segundo ele, muitos dos problemas de Belo Horizonte poderiam ser resolvidos com o uso de tecnologia e cita como exemplo a BHTrans, que segundo o parlamentar, usa os mesmos recursos da década de 80, enquanto outras cidades mineiras estão muito mais avançadas, não só no planejamento do tráfego, como no seu monitoramento. Ele também entende que a prefeitura poderia ter desenvolvido um aplicativo para ajudar os usuários dos postos de saúde para saber o tempo de espera de atendimento de cada um, para que ele possa se deslocar para o que está menos sobrecarregado. “São medidas simples, que ajudam. Mas falta visão e vontade de resolver os problemas”, criticou.
Outra questão abordada por Bruno Engler diz respeito ao Plano diretor da cidade e ao Código de Posturas, que para ele, estão fazendo com que Belo Horizonte perca investimentos para as cidades da Região Metropolitana. “Belo Horizonte está sendo coadjuvante e perde investimento para outras cidades”. Cita os empreendimentos imobiliários que estão sendo transferidos para outros municípios, devido às limitações de construção na cidade.
Para o pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte, a cidade está fragilizada desde a pandemia, com empresas quebrando e perdendo empregos e é necessária a mudança de mentalidade para fazer com que as coisas aconteçam, e isso passa por mudanças no Plano Diretor e no Código de Posturas. Outro caminho seria desburocratizar para atrair mais investimentos, em se tratando de licenciamento ambiental. Ele fez críticas ao que está acontecendo na área destinada ao aeroporto Carlos Prates. Bruno Engler disse que a família dona da área, a doou para o município para ser usada como aeroporto. A mudança da sua destinação pode ser contestada na Justiça, que pode devolver para a família a área.
Ele também cobra mais protagonismo do prefeito de Belo Horizonte, que segundo ele, assiste impassível a contestação de algumas prefeituras em relação a construção do Rodoanel, uma obra que é importante para Belo Horizonte, mas “o prefeito se omite em entrar nessa discussão”.
Bruno Engler disse que, se eleito, irá buscar soluções tecnológicas e inovadoras para a cidade e não vai deixar nenhum esqueleto de obra. Ele pretende terminar as iniciadas pelas administrações anteriores e avançar em outras.
