Esportes

A hora e a vez do Pickleball

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Quadra do Jaraguá: mais de 100 associados praticantes

Fotos:Acervo Pessoal

 

Democrático e fácil de aprender, esporte criado nos EUA ganha adeptos em BH e movimenta economia

 

          A quadra é parecida com a de tênis ou de peteca, mas o tamanho é menor. A dinâmica de jogo até lembra um pouco o pingue-pongue, mas as regras são diferentes. A bola, com diversos furos, é algo inusitado para quem não conhece o esporte. Criado nos Estados Unidos na década de 1960, o pickleball já não é mais um estranho entre nós e, ao longo dos últimos anos, vem se popularizando em diversos espaços de Belo Horizonte e Minas Gerais.

         “É democrático e fácil de aprender, a maioria das pessoas já consegue jogar de primeira. Também não existe limitação de idade, a família toda consegue praticar, e não há grande exigência de preparação física. A questão do espaço também ajuda, uma quadra de tênis pode ser transformada em quatro de pickleball”, explica Raphael Fonseca Sousa, presidente da Associação Mineira de Pickleball.

         Ele conheceu o esporte no litoral paulista, por volta de 2016, e desde então tem se tornado um incentivador do pickleball na capital mineira. Começou com um pequeno grupo em 2018 e a coisa foi crescendo até virar uma associação formal em 2022. “No início fazíamos vaquinha para comprar materiais, mas a demanda foi crescendo muito. Hoje cada associado paga uma taxa anual”, diz.

         Além do número crescente de adeptos, outra coisa que mudou nos últimos anos foi o acesso aos equipamentos. Se antes era quase impossível encontrar algo por aqui, agora o cenário é ligeiramente melhor. “Pedíamos para amigos e parentes trazerem do exterior ou fabricávamos as raquetes em marcenarias. Hoje, já há lojas físicas em BH e também é possível comprar online, em uma loja muito boa sediada em Governador Valadares”, explica.

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Adeptos do esporte: família toda consegue praticar

 

         Também tem aumentado o número de locais para a prática do esporte na cidade. Além do Parque das Mangabeiras, onde Raphael e diversas pessoas se encontram todos os sábados pela manhã, vários clubes também estão aderindo à nova febre. O Jaraguá Country Club, o Minas Tênis Clube e o Olympico Club são alguns que já tem o esporte para os associados. Já no Clube Recreativo Mineiro é possível fazer aulas e alugar quadras sem ser sócio.

         Fora dos clubes, também há outras opções. Inaugurado em janeiro no Santa Tereza, o One Pickleball conta com três quadras exclusivas que seguem padrões internacionais. “Temos dois professores e também alugamos as quadras. As coisas têm que andar juntas. Para o esporte crescer, é preciso ter locais para praticá-lo”, afirma a sócia Marcelle Prates. Ela e a esposa, Carolina Matoso, são campeãs sul-americanas e irão aos EUA em abril para disputar um outro torneio.

         Falando em competição, o One Pickleball e o Jaraguá Country Club sediaram, no final de março, o primeiro torneio brasileiro de pickleball. De acordo com Marco Antônio de Araújo, diretor de esportes especializados do Jaraguá, foram cerca de 250 participantes – incluindo associados e pessoas de outros estados.

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         “É uma forma de colocar o esporte em evidência. Hoje, o pickleball é o esporte que mais cresce no clube, perdendo apenas para o beach tennis. Temos mais de 100 associados praticantes e estamos pensando em investir em quadras exclusivas”, revela.

         Ex-jogador de futebol e atual atleta de beach tennis, Rafael Moura vai inaugurar em abril a Arena RM, no bairro Olhos D’Água, uma arena de quadras de esportes de raquete. “Teremos três quadras de pickleball com aulas, day use e aluguel de quadras. Teremos atletas de alta performance, mas também pessoas que só queiram jogar socialmente. Estamos dispostos a investir, receber torneios e seremos referência”, afirma.

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