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Celebra-se a inteligência artificial, cuja utilização, parece, tem se espalhado com mais rapidez que o finado fax, ou como um carro da hiper poluente Fórmula 1! E os males que ela causará estão ou não subestimados, assim como ocorreu com aqueles decorrentes da internet, quando do surgimento desta? À época, ninguém previu os danos hoje óbvios das redes sociais e da vigilância estatal e privada sobre as nossas vidas.
O economista Paul Romer, prêmio Nobel de economia de 2018, antes um entusiasta das Big Techs, hoje as critica. Ele aponta os efeitos das mídias digitais na polarização política e na sanidade mental das pessoas.
Romer aponta que o progresso tecnológico não é o bastante para solucionar os males que nos afligem. Argumenta que a questão central é como as possibilidades que se abrem com as novas tecnologias são usadas; elas podem causar grandes danos se empregadas para beneficiar apenas uns poucos. Apesar de oriundo da escola de Chicago, hoje ele afirma: “precisamos é de governos que defendam os interesses dos cidadãos e digam quando necessário: Não, vocês não podem fazer isso com a sua tecnologia. Porque seria prejudicial. Algumas empresas se tornaram tão grandes e politicamente poderosas que é difícil detê-las”.
COM A IA DESTRUINDO EMPREGOS, HAVERÁ CHANCE DE ALTERAR O RUMO RECENTE?
Romer mostra ainda que ao longo do século 20 houve aumento de 30 pontos no QI médio dos norte-americanos e que, após o surgimento das mídias digitais, a tendência foi invertida, talvez em decorrência da erosão da leitura e da comunicação cara a cara. Na trumplândia caiu também, nos últimos anos, a esperança de vida ao nascer, assim como a leitura de livros, e os mais vendidos destes se tornaram mais simples, com frases mais curtas.
Com a IA destruindo empregos, como já tem ocorrido – um dos seus pioneiros, Geoffrey Hinton, argumenta que ela só será lucrativa se destruir empregos, ao mesmo tempo em que a Amazon anuncia o corte de 14 mil postos – haverá chances de alterar o rumo recente? Os desem pregados encontrarão formas de aprimorarem suas inteligências?
