Mario Campos

ETANOL E COP30: EXPECTATIVAS E DESAFIOS

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A 30ª COP, descrita pela presidência como um “Mutirão Global contra a Mudança do Clima”, convoca o setor privado a intensificar seu engajamento e propõe quadruplicar a produção e o uso de biocombustíveis até 2035. Em 2025, celebram-se os 100 anos de etanol no Brasil e os 50 anos do Proálcool, o maior programa mundial de substituição de combustíveis fósseis por renováveis.

Desde então, o etanol consolidou-se como alternativa tanto misturado a gasolina (30%) quanto puro em veículos flex. A indústria automotiva evoluiu com tecnologias modernas, culminando nos primeiros híbridos flex do mundo. A produção, baseada em cana e milho, integra a economia circular e gera emprego e renda no interior. O Brasil estruturou um marco regulatório avançado. O RenovaBio introduziu certificação auditada e Análise de Ciclo de Vida (ACV), medindo emissões evitadas, sob premissa de desmata mento zero.

Programas como Combustível do Futuro e Mover consolidam esse modelo, enquanto o país avança em novos combustíveis derivados do etanol, como biometano, SAF, hidrogênio e biocombustível marítimo. O etanol comprovou sua eficácia na descarbonização com inclusão social. Os programas brasileiros são replicáveis e escaláveis, fundamentais diante de um mundo com dois bilhões de motores a combustão ainda em operação.

 

O ETANOL COMPROVOU SUA EFICÁCIA NA DESCARBONIZAÇÃO COM INCLUSÃO SOCIAL

 

Entretanto, a transição energética enfrenta barreiras climáticas, motivadas por desconheci mento, fatores econômicos e interesses geopolíticos. Argumentos como “comida versus combustível” ou “uso indireto da terra” não se sustentam frente a experiência concreta do Brasil. Por isso, a COP30, ou COP da Implementação, representa um marco decisivo. O país tem a oportunidade de reafirmar seu protagonismo global, mostrando que biocombustíveis são solução real e imediata para reduzir emissões. O desafio é levar nossa história e resultados ao mundo, em uma ação conjunta entre governo e setor privado, consolidando o Brasil como exemplo de transição energética sustentável.