Robson José

Priorização do transporte público

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               A pandemia recente pela Covid-19 foi uma das maiores causas, mas não a única, da gravidade dos problemas sem precedentes, em que mergulhou o transporte público coletivo de Belo Horizonte. A crise quase levou o sistema ao colapso total. Somente a partir do segundo semestre de 2023, podemos afirmar que o sistema de fato iniciou um momento de estabilidade e recuperação do equilíbrio perdido.

               O transporte público é uma atividade essencial e, desde 2015, um direito social previsto na Constituição Federal, ao lado da saúde, educação e segurança. Trata-se de um tema prioritário que precisa retomar o seu papel como agente de desenvolvimento econômico e promotor da qualidade de vida da população.

 

O transporte público é essencial e um direito social previsto na constituição federal

 

               A própria história já demonstrou, não apenas aqui, mas em várias cidades do planeta, que não há vazios quando se trata de serviços públicos essenciais. A ausência de polícia produz a insegurança e soluções não convencionais. A falta de transporte leva as pessoas, cada qual com sua capacidade e condição econômica, a buscar diferentes formas de deslocamento. Em resumo, traz graves problemas econômicos e de segurança, ao desarticular a estrutura de produção local, de força e de oferta de mão-de-obra dos locais de trabalho.

               É preciso ponderar que o transporte é vetor de desenvolvimento econômico, se ele não funciona adequadamente, a economia freia, o desenvolvimento desacelera e o trabalhador perde.

               Por isso, convido todos à reflexão de colocarmos como uma das metas para a mobilidade de BH em 2024 – “A priorização do Transporte Público nas principais vias arteriais da cidade”.

               Por meio da criação de faixas exclusivas à direita da via e em corredores centrais para avenidas mais largas da cidade, é medida de custo baixo, de rápida implantação e que gera resultados em curto prazo, com ganho de velocidade e produtividade — trafegando em vias sem congestionamento, menos ônibus podem fazer mais viagens e levar mais passageiros em menos tempo; isso reduz custos, melhora a qualidade dos serviços e tem reflexo positivo na modicidade da tarifa.