Economia

Crescer para incluir

economia Brasil

Imagem de Steve Buissinne por Pixabay

 

          No início do ano, as esperanças se renovam. Uns anseiam por oportunidades para investir, outros, por renda para poder consumir e poupar, todos por vida melhor. Porém, se a economia não crescer, os sonhos continuarão apenas sonhos.

         Crescimento econômico não é um fenômeno natural, tampouco destino. Ao contrário, ele depende das escolhas dos agentes econômicos – investidores e consumidores – e, também, das instituições e dos costumes do país – leis, normas, comportamento do Estado, cultura, etc. – que constituem o ambiente de negócios. Ademais, o crescimento sustentado resulta do aumento contínuo da produtividade. Sem este, o PIB não cresce. A sequência lógica virtuosa é inovação-produtividade-crescimento.

       As evidências recentes têm mostrado que o Brasil cresce muito pouco porque sua produtividade está praticamente estagnada. Uns atribuem como causa a baixa qualificação da mão-de-obra; outros, a falta de desenvolvimento de pesquisas e inovação; outros, ainda, o ambiente de negócios que não favorece a eficiência da economia. Todos têm sua dose de razão, mas a questão é mais complexa. Mesmo nos países industrializados, como nos Estados Unidos, a produtividade agregada está crescendo lentamente e, também, com diferenças acentuadas entre os setores de exportação e para o consumo interno. Neste século (até 2021), a produtividade do trabalho no setor de exportações dobrou, enquanto a do mercado interno cresceu cerca de 5%.

            No Brasil, no mesmo período, a produtividade da agropecuária cresceu 2,5 vezes, enquanto dos serviços aumentou 0,25% e da indústria caiu 1 %. O aumento da produtividade no setor de exportação agrícola acelerou-se após a crise financeira de 2008-2009, sugerindo que movimentos estruturais na economia global estão afetando o desempenho de economias nacionais.

            Essas questões nos ensinam que a abertura comercial estimula o aumento da produtividade; por consequência, medidas protecionistas como barreiras à competição e oneração de produtos importados intensivos em tecnologia, como as da Nova Política Industrial, inibem o aumento da produtividade. O tempo urge e exige análises e respostas rápidas do governo e das lideranças políticas e empresariais. Sem crescimento sus[1]tentado, não haverá inclusão social.

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