Ronaldo Caiado: “O governo não tem limite para uso da máquina”
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, defende quatro nomes da direita na disputa à Presidência para chegar ao segundo turno
Um dos nomes da direta para a disputa à Presidência da República, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, reclamou do uso da máquina administrativa no governo Lula para garantir mais um mandato no ano que vem. Segundo ele, “o governo não tem limite para o uso da má quina federal”. A declaração foi durante a sua participação no Conexão Empresarial, evento promovido pela VB Comunicação, revista Viver Brasil, blogdopco e jornal O Tempo.
Para ele, a direita terá melhores condições de chegar ao segundo turno com os quatro nomes colocados até o momento para a disputa: o seu nome e o dos governadores de Minas, Romeu Zema; do Paraná, Ratinho Jr. e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. O governador de São Paulo ainda não se posicionou como candidato mas, para ele, também é um nome. O que chegar ao segundo turno em 2026 terá o apoio dos outros candidatos.
Na matemática do governador goiano, serão quatro candidaturas contra apenas uma da esquerda, o que, na sua opinião, aumenta as chances da direita chegar ao segundo turno. O governador goiano diz que os nomes co locados até o momento estão sendo vítimas de ataques da esquerda e a tática adotada pelos adversários é a de desconstrução das candidaturas para tentar enfraquecer os adversários. Um dos assuntos que tem sido explorado pelos petistas diz respeito à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Mas, para a plateia formada por empresários, políticos e representantes da sociedade, Ronaldo Caiado falou que os governadores são contra o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump e cabe a eles, governadores, defender “o nosso mercado”, ao contrário do que o governo do presidente Lula tem feito. Caiado disse que, seguindo as orientações do seu marqueteiro Sidônio Palmeira, Lula está tomando suas decisões de acordo com a campanha eleitoral de 2026, afrontando diretamente os norte-americanos, para se vitimizar e assim, conseguir melhorar a sua imagem perante a população.
Para ele, a disputa será acirrada e a meta do atual governo é o de se manter no poder; “Como vimos em situações anteriores”, destacou. Caiado lembrou do primeiro escândalo envolvendo um marqueteiro do presidente Lula, que assumiu o caixa dois na campanha eleitoral. Mesmo com o escândalo, Lula venceu a eleição e elegeu depois sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff. “Temos que saber quem é nosso adversário e como ele está atuando”, analisou. “Estamos a 14 meses da eleição, imagina o que eles não vão criar de narrativas para ganhar?”, perguntou.
O governador de Goiás também culpou o governo pela taxa de juros de 15%. A taxa Selic está alta, segundo ele, porque o governo federal é o maior tomador de empréstimos do mercado. Na sua opinião, se a máquina pública não tivesse um custo tão alto, não gastasse tanto, a situação seria diferente. Caiado disse que assumiu o governo com o estado envolvido na mais alta taxa de criminalidade do país, com ações de facções criminosas, assaltos, sequestros e com a atuação do chamado novo cangaço na região.
Mesmo com a saúde e a educação em colapso, ele elegeu a segurança pública como sua prioridade. “Eu decidi que ou o bandido muda de profissão ou muda de Goiás”, afirmou. Com ações voltadas para melhorar a segurança, ele contou que conseguiu mudar a situação no estado e brincou: “A única indústria que não deu certo em Goiás foi a de blindagem de carros porque não precisa. Muitos mineiros estão investindo em Goiás porque o estado garante tranquilidade para os empresários investirem”.
A partir da melhoria na segurança, houve investimentos nas outras áreas, inclusive na educação, com formação profissional dos estudantes, tornando as escolas no estado modelos de excelência. “Bandido não é ídolo no meu estado”, disse, destacando que os jovens investem no aprendizado. Dizendo-se presidencialista, Ronaldo Caia do afirmou que, se eleito, ficará apenas um mandato, para colocar a casa em ordem e fazer as reformas necessárias. “Vivemos uma desordem institucional, com deterioração completa entre os poderes. O país está ficando ingovernável”, reclamou. Ele disse que conseguiu fazer as re formas necessárias em Goiás porque agiu com honestidade e com a sua capacidade de enfrentar os problemas.


