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Estelionato Afetivo

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Image by Leo from Pixabay

 

Há vigaristas por todo canto: profissão, religião, finanças e… por que não nos namoros? Tirar vantagem é a meta deles e a capacidade de iludir, sua especialidade. Nesses relacionamentos, o prejuízo da vítima é quase líquido e certo. Quando material, é difícil de elaborar. Quando emocional, dói amargamente. As duas situações costumam andar de mãos dadas. As sensações da pessoa lesada incluem humilhação, decepção, mágoa, fracasso. Se o desejo de ser amado é universal, o desgosto frente ao engano, também.

Ser passado para trás é um baque que pode resultar em depressão e, por mais injusto que pareça, em intensos sentimentos de culpa para a vítima. Namoros mal-intencionados podem ter diversos intuitos. O denominador comum é o desejo de triunfar sobre o outro, enganando-o, mentindo, trapaceando e, sobretudo, iludindo – o que dá ao vigarista uma extasiante sensação de poder e conquista. A busca de vantagens sexuais e financeiras é muito comum. Não faltam sociopatas para se aproveitar da vulnerabilidade de pessoas ingênuas e emocionalmente carentes.

Também existem casos muito bem documentados de pessoas inteligentes e bem de vida que são enganadas e perdem muito dinheiro: emprestam para cobrir emergências, quitam dívidas, presenteiam, levam em viagens, à restaurantes sofisticados, às compras em butiques exclusivas – fazem de tudo para agradar quem se especializou em manipular e sabe direitinho como conduzir ao que lhe interessa obter.

O ENGODO EXIGE QUE SE PRODUZA NO PARCEIRO UMA CEGUEIRA EMOCIONAL PARA AS EVIDÊNCIAS

O trapaceiro tem a seu favor a inocência do outro e seu desejo de manter o bom relacionamento – sim, o relacionamento parece muito bom, pois o vigarista é mestre na arte de iludir. O engodo exige que se produza no parceiro uma cegueira emocional para as evidências, transformando-o em cúmplice e advogado de defesa. São vínculos difíceis de romper, para desespero de quem teste munha esses relacionamentos anômalos.

Quando a pessoa que está sendo lesada se der conta, sentirá muita raiva de si mesma. Afinal, como bem sabem os bons terapeutas, elas vão perceber que os sinais estavam lá todo o tempo. É frequente o enganado, sentindo-se envergonhado, optar pelo silêncio sobre o acontecido – uma vantagem para o culpado, que sairá ileso do relaciona mento, pronto para encontrar nova vítima, pois seu comportamento pode se repetir várias vezes.

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