Tecnologia

Fascínio e servidão

fascinio e servidao

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Hegel (1770-1831) foi um filósofo germânico e um marco no pensamento mundial.      

    

               Introduzo essa referência por considerar que suas formulações teóricas sobre a dialética senhor e escravo, antecipam profeticamente um modelo que ainda persiste nos tempos de hoje.

               Mudamos de senhor, mas continuamos escravos. Poderia enumerar vários senhores aos quais nos colocamos e funcionamos submetidos e alienados sob o seu comando. Não vou falar do dinheiro, do trabalho, das relações familiares nem das relações amorosas, mas de como nos tornamos escravos de um senhor tão mais poderoso – o mundo virtual, ao qual nos habituamos de tal forma, que não conseguimos mais viver sem ele.

               Sim. A tecnologia nos ofereceu um monte de coisas sem as quais não vivemos mais: geladeira, televisão e uma centena de outros aparelhos que se tornaram nossa extensão. Tais dispositivos, no entanto, ainda dependem de nossas ações em manipulá-los. A internet, sutilmente, nos manipula.

                Vou falar de como nos tornamos escravos do mundo virtual, não conseguimos mais viver sem ele

               Porém, como viver sem essas máquinas maravilhosas que nos facilitam a vida e abrem um universo sem precisarmos sair de casa?

               Penso nessa relação pela mesma lógica de nossas relações com o mundo e as pessoas. Trata-se de não estabelecer uma relação especular de alienação sustentando um espaço temporal de separação sem perder a condução de nossas ações. Ou seja, não nos deixarmos ser conduzidos por um novo senhor que se vislumbra muito mais poderoso, pois a ele não temos acesso e seu domínio é sutil mas insistente.

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