Comportamento

Gravidez e pós-parto

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Foto:Freepik.com

 

Durante a gravidez, a mulher ficará num ponto de confluência de todo o seu passado, sua situação atual, os novos riscos aos quais se vê sub metida e as fantasias e perspectivas que se desenrolam a partir do momento em que ela descobre estar esperando um filho. Embora a gestação se dê nos recônditos de seu corpo, envolverá toda sua história pessoal e a estrutura social na qual ela se encontra inserida.

Nesse período ganharão grande importância seu perfil genético, seus antecedentes patológicos, sua constituição biológica e sua estrutura psicológica. Sua situação atual – familiar, conjugal, econômica e até geográfica – determinará em grande parte seu acesso aos cuidados recomendados.

Gestar o bebê humano é tarefa árdua, caprichosa e exigente. O sonho de ter um filho abre es paço para preocupações e temores. O bebê que está por chegar é um acontecimento simultaneamente desejado e temido. O psiquismo da mulher grávida sofre alterações que visam a prepará-la para o exercício da maternidade.

O vínculo primário entre mãe e filho é sui generis e, em seus estágios iniciais, passa por um estado fusional complica do para se entender e descrever. Mãe e bebê ficam mergulhados numa indiferenciação difícil de se imaginar – até porque ali não há espaço para lógica e racionalizações; é território exclusivo da díade.

 

GESTAR O BEBÊ HUMANO É TAREFA ÁRDUA, CAPRICHOSA E EXIGENTE. O SONHO DE TER UM FILHO ABRE ESPAÇO PARA PREOCUPAÇÕES

 

Desde o início da gravidez a mulher começa a sofrer fortes pressões do mundo externo – o trabalho, o lar, a família. No pós-parto, a isso vem se somar o bebê a exigir tempo e atenção. O corpo exaurido pelos rigores da gravidez e do parto, a mente modificada em preparação para estabelecer a relação com o recém-nascido frágil e dependente, as intensas modificações endócrinas que se passaram em seu corpo – parece que tudo conspira para estressar ao máximo seu psiquismo, facilitando o aparecimento de transtornos depressivos e de ansiedade, entre outros.

A nova mamãe (mesmo que este não seja seu primeiro filho) sente que sua vida está completamento transtornada. E está mesmo – é um dos momentos de exceção pelos quais passamos na vida, que voltará a um “novo normal”, modificada pelas vivências gestacionais e por uma nova configuração familiar.

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