Paulo Otávio: sempre em busca de inovação
FOTOS:Arquivo Pessoal
Paulo Otávio Alves Pereira, que saiu de Lavras para Brasília, fala sobre seus empreendimentos e sua vocação para a política
Mineiro de Lavras, onde vivia com a família, até se mudar para Brasília em 31 de julho de 1962, ainda adolescente, Paulo Otávio Alves Pereira, aos 75 anos, é um nome de expressão no Distrito Federal, na terra que abraçou e onde fundou seu conglomerado empresarial em 1975.
Neste ano, em que a capital da República completa 65 anos, a marca PaulOOctávio Empreendimentos Imobiliários faz bodas de ouro e o seu fundador comemora o feito. “São mais de 800 obras entregues, com cerca de 55 mil imóveis, proporcionado moradias e negócios aos brasilienses.
Além disso, assinamos mais de 52 mil carteiras de trabalho e hoje temos cinco mil colaboradores diretos e um número ainda maior de indiretos”, destaca o empresário. Apaixonado por Brasília, onde encontrou campo fértil para o crescimento, Paulo Otávio faz um passeio pela sua trajetória empresarial. “Meu pai tinha acompanhado de perto a administração de Juscelino Kubitschek como governador e a onda de progresso que trouxe para Minas Gerais, que virou uma máquina de geração de emprego e renda.
E, quando JK se candidatou à Presidência da República, meu pai começou a colecionar todas as informações sobre a campanha presidencial, pois acreditava naquele homem que começava a desbravar o Brasil em busca de se eleger. Ele sabia que JK iria cumprir a promessa de transferir a capital para o Planalto Central e acreditava que Brasília seria o ambiente ideal para criar seus filhos.
Veio, então, com minha mãe, visitar as obras, em 1958, e ganhou uma gravata de JK, que guardou até o fim da vida. Em 1961, mudou-se antes de todos, para assumir a chefia de gabinete do amigo Heli Menegale, secretário de Educação, já no governo Jânio Quadros”, relembra. A imensa paixão que o pai nutria por JK acabou contaminando o filho, levando-o a conhecer e se casar com Anna Christina Kubitschek, neta do visionário ex-presidente, admirado por ser um desbravador do Centro-Oeste brasileiro e um arauto da democracia.
Quando o restante da família se instalou em Brasília, em 1962, a capital, com suas avenidas largas, impressionava aquele jovem, que via ali, uma cidade do futuro. “Fui estudar, como todos, em escolas públicas. Mas logo quis empreender e, um dia, em casa, ouvi um amigo do meu pai falar em contratar vendedores para o Gboex, um pecúlio que fez muito sucesso à época”. Com apenas 15 anos, se candidatou e foi selecionado.
Vendia para os professores e os amigos de seus pais. “Sempre me fascinou mais o mundo dos negócios. Após cursar o científico, comecei a trabalhar como cor retor de imóveis, enquanto fazia faculdade – primeiro, de economia, na UnB; e a seguir, de direito, no Centro de Ensino Unificado de Brasília (Ceub) no qual me formei. E, em 1975, fundei a PaulOOctavio Investimentos Imobiliários”, conta.
“Comecei a comercializar imóveis de terceiros, mas logo percebi que poderia também participar na concepção de novos empreendimentos. Comecei nas cidades do DF e fui ampliando meus negócios e parcerias, abrindo, a cada década, novos braços de atuação. Assim, no final dos anos 1980, ingressei no setor hoteleiro, inaugurando o Ku bitschek Plaza e o Manhattan Plaza.
Hoje, além deles, temos o St. Paul Plaza, o Royal Tulip Brasília Alvorada e o Brasília Palace Hotel, que recuperou o primeiro prédio inaugurado na capital com projeto de Oscar Niemeyer”, descreve.
Nos anos 1990, enquanto construía imóveis residenciais e comerciais, Paulo Otávio abriu, também, outros dois braços de atuação. “Entrei no ramo de concessionárias de veículos, inaugurando a rede Bali, que hoje tem quatro endereços na capital e negócios com o grupo Stellantis, comercializando as marcas Fiat, Jeep e RAM, e com a BYD, além de investir em uma seguradora”, relata.
Quem conhece bem Brasília sabe que o boom dos shoppings nos anos 1990 não poderia passar batido na capital federal. E foi aí que Paulo Otávio começou a construir shoppings. “O primeiro a abrir as portas foi o Brasília Shopping, seguido por Terraço, Taguatinga, Iguatemi e JK. Agora es tamos com mais um em final de construção, o Manhattan, que também terá um hotel no com plexo, e dois em fase de aprovação de seus projetos”, anuncia o empresário.
E não para por aí, Paulo Otávio entrou também no segmento de comunicação. “Começamos a investir em quatro emissoras de rádio, uma de televisão e um portal de notícias. Também criamos uma empresa de energia limpa, a PO Energy, que administra plantas de produção de energia solar – próprias e de terceiros –, além de investir no mercado de carregamento de veículos eletrifica dos, que está em expansão em Brasília”, relata a atuação diversificada do grupo.
Para os próximos anos, Paulo Otávio argumenta que a empresa soube se adaptar ao longo dos tempos e garante que o grupo vem se preparando para o futuro. “Acredito ainda que iremos abrir, nos próximos anos, novos braços de atuação, pois nosso grupo é dinâmico e está sempre mapeando o mercado em busca não apenas de negócios, mas sobretudo de inovação”, aponta o caminho.
A experiência como empresário bem-sucedido, gerou o convite de João Dória, em 2013, para fundar o Lide Brasília. “Foi um trabalho longo, mas temos tido uma proximidade cada vez maior com as autoridades. Hoje, ministros de Estado, governadores e secretários estão nos almoços-debates, mostrando como anda a conjuntura no Brasil, em Brasília e em todos os entes federativos da nação. Na plateia, temos empresários, dirigentes classistas e outras autoridades, que têm a chance de dialogar de forma mais franca e próxima”, pontua a importância do diálogo.
A política também sempre foi uma paixão de Paulo Otávio, que já fez carreira na Câmara, Se nado e no GDF, e que hoje preside o PSD, de Kassab, no Distrito Federal. “Se for do interesse popular que eu exerça um mandato no Executivo ou no Legislativo, meu nome sempre estará à disposição daquilo que creio que seja a boa política”, adianta Paulo Otávio, dando sinais de que possa vir a disputar o Palácio do Buriti no próximo ano. “Ela (a política) está na vida de todos nós, queiramos ou não. Como dizia Platão, quem não gosta de política será governado por quem gosta. Tenho uma vida política desde a redemocratização do Brasil.
A política permeia minha vida. Nas últimas eleições, fui candidato ao governo do DF. No momento, estamos conversando com as correntes políticas visando o futuro da capital. Temos um governa dor, que foi meu adversário nas urnas, em 2022. Me sinto à vontade para elogiar o que foi feito de bom e para colaborar para que a gestão pública possa melhorar ainda mais. Por isso, temos quadros do PSD na administração do DF. Acredito em uma política republicana, que vise o bem-estar comum”, finaliza.
