Edição de 2025 pretende superar a de 2024, a maior de todas
O Comida di Buteco celebra bodas de prata com edição que vai homenagear o concurso
O Comida di Buteco celebra, em 2025, 25 anos de história. O tema deste ano é homenagear o concurso e a expectativa é de ser ainda maior que a edição anterior, que bateu todos os recordes. Em 2024, o Comida di Buteco atingiu 12 milhões de pessoas e contou com 1,2 milhão de votos. Para votar, é necessário comprar o petisco participante e informar dados pessoais, o que torna o número ainda mais expressivo.
Segundo Eulália Araújo, uma das funda doras do concurso, o Comida di Buteco nasceu para fomentar estabelecimentos clássicos. “A ideia era resgatar e dar fôlego para os botecos mais tradicionais, botecos raiz, esses que não pertencem a nenhuma rede ou franquia, aqueles em que o dono está ali e que, muitas vezes, nasce de forma mais espontânea ou vem de uma tradição familiar”.
Com a missão de transformar vidas através da cozinha raiz, o concurso, que nasceu em Belo Horizonte, tem gerado grandes resultados no país. “O Comida di Buteco promove e pro voca um tremendo impacto sócioeconômico, ele não apenas dá visibilidade ao boteco raiz, como também faz com que o engajamento do público movimente toda uma cadeia produtiva. Ele não é só um concurso, é verdadeiramente uma plataforma de transformação econômica através do pequeno comércio”, afirma Eulália. No ano passado, foram mais de 10 mil empregos gerados e o Comida teve um impacto de R$ 360 milhões na cadeia produtiva.
No Comida di Buteco, cada bar prepara um petisco de acordo com o tema a ser vendi do por um preço fixo, igual para todos os participantes. A comida é avaliada por jurados convidados e pelo público, que pode dar nota também para a higiene do local, para o atendi mento e para a temperatura da bebida. Desde 2016 o concurso realiza também a etapa nacional, em que os vencedores locais disputam para decidir qual é o melhor “buteco” do país.
O Já To Inno, boteco de pai e filho, venceu em Belo Horizonte em sua primeira participação, em 2014, com o petisco “O jeitinho mineiro”. Willian Grenfell, filho do fundador Washington Grenfell, conta que, na época, o bar esta va quase fechando e foi salvo pelo concurso. “(Já To Inno) foi fundado em 96, inaugurado como casa de churrasco a quilo. O movimento caiu demais com a onda dos espetinhos, chegamos perto da falência. Já não tínhamos muito movimento e estávamos virando um bar só de ver jogos. No finalzinho do ano, a Eulália (organizadora do concurso) visitou o boteco e fez o convite para participar. Não podíamos anunciar que iríamos participar e também não podíamos fechar o bar, então meu pai saiu pegando dinheiro emprestado com amigos e família”. Ser campeão no primeiro ano despertou a perseverança e a vontade de continuar em Washington, afirma Willian.
Na sequência, em 2015, veio o bicampeonato com o petisco “Já tô enrolado” e depois o tricampeonato, em 2016, com o “Ponto X”, quando foram para a primeira edição nacional do concurso, e onde começa oficialmente a história de Willian no bar. Foi ajudando o pai durante a etapa nacional que Willian viu sua paixão pela cozinha. “Se não fosse o Comida di Buteco eu não seria hoje cozinheiro, não teria me aprofundado na área, não teria estudado gastronomia”.
Além dos três títulos, o Já To Inno também foi vice-campeão em 2017, com o tropeiro de milho, em 2018, com o joelho de porco e em 2019, com o bolo de bacon, que foi criado para celebrar os 20 anos do concurso e se tornou um fenômeno. “Na pandemia estávamos no auge do bolo de bacon, fazendo muito sucesso, e aí parou tudo”, conta um dos proprietários do bar que foi novamente vice-campeão em 2021.
Para Willian Grenfell, o concurso teve um grande impacto na vida dele, do pai e do bar. “Se não fosse o Comida di Buteco, o Já To Inno não seria a mesma coisa. Através do concurso meu pai conseguiu recuperar o amor pelo bar, voltou a ter confiança no que ele faz. Se não fosse o Co mida, esse grande homem teria se perdido, ele teria renunciado ao bar e desistido dos sonhos dele, teria largado a cozinha. O concurso trouxe um novo significado para nossas vidas”.
Para 2025, o sonho de Willian é trazer o título nacional para a cidade fundadora do concurso, o que nunca aconteceu em quase 10 anos de realização. “A expectativa é sempre alta, de ser mais um sucesso, de ter novamente o abraço do povo, de ser sempre grato ao que o Comida di Buteco fez por nós, de tentar buscar novamente o pódio e de trazer o título nacional para BH”.
Para Eulália Araújo a meta desse ano é se tornar ainda maior. “O objetivo é realizar a nossa melhor edição, o que é um desafio porque 2024 foi a edição mais opulenta em todos os aspectos”. A organizadora espera que o mundo passe a ver que em abril e maio o Brasil celebra a cultura de “butecos” e que cada hora mais o concurso atraia pessoas de todos os lugares. “Principalmente a gente espera concretizar cada vez mais o boteco como expressão máxima de brasilidade, como entretenimento, como cultura brasileira”, finaliza