Economia

2025: O passado e o futuro

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Reprodução \ Internet

 

Hoje sabemos que o presente não existe. O tempo é dividido entre o passado e o futuro. O que imaginamos ser o presente não passa do último momento do passado. O futuro é o que ainda não aconteceu.

A economia fechou 2024 expandindo 3,5%, dando continuidade ao crescimento após a pandemia. Desde então, o PIB vem crescendo 3% ao ano, enquanto a população, 0,5%. Assim, a renda média vem aumentando cerca de 2,5% a cada ano. Desempenho superior ao ocorrido nas décadas anteriores à Covid-19.

De acordo com as condições estruturais do mercado de trabalho, a economia está operando em pleno emprego. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego caiu de 7,6%, em janeiro, para 6,1%, no trimestre encerrado em novembro; e a massa salarial cresceu 6,8% no ano.

Na contramão do otimismo, os indicadores monetários pioraram. No correr dos meses, a estimativa da inflação no ano subiu de 3,9% para 4,9%; atrás dela, a Selic pulou em vão de 9% para 11,75% e o dólar, que se esperava chegar no final de dezembro valendo R$ 5, superou os R$ 6. Tudo, passado.

O futuro é incerto. O que se pode afirmar é que não será igual ao passado. Em 2024, a dívida pública ultrapassou dois terços do PIB. Se a taxa real de juros continuar em torno de 8% ao ano, pode-se estimar que a relação dívida pública/PIB ultrapassará os 80% no final deste ano, pressionando a inflação e o dólar e colocando em risco o crescimento. Mas tudo, incerto.

NA CONTRAMÃO DO OTIMISMO, OS INDICADORES MONETÁRIOS PIORARAM

Para dar conforto ao novo presidente do Banco Central, o Conselho Monetário Nacional (CMN) criou métrica nova para perseguir a meta de inflação, que continuará sendo 3%, com intervalo de tolerância de mais ou menos 1,5%. Porém, somente será considerada descumprida se desviar por seis meses consecutivos do respectivo intervalo de tolerância (Decreto 12.079/24).

E, na reunião de despedida de Campos Neto, o Banco Central elevou a taxa básica de juros para 12,25%. Com previsão de mais dois aumentos consecutivos de 1,0%, nas primeiras reuniões, a Selic a 14,25% já está contratada para o início da nova gestão. Fôlego para Galípolo.

Neste ano, o aperto será ainda maior, Trump estará de volta e Lula sonha que o futuro repetirá o passado. Sonhar não é viver.

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