Gastronomia

À espera do horário de verão

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Bença Bençoi espera aumento de 20% a 30% na frequência

Foto \ Bruno Werneck

 

Bares de Belo Horizonte se preparam para a estação mais animada do ano

 

Todo mundo sabe que o lazer do carioca é a praia, o do paulistano, o shopping, a pizza e o chope. Já, o “pé na areia” do belo-horizontino é o bar. Então, vamos a ele. Com ou sem horário de verão, 54,9% dos entrevistados em pesquisa recente, que ouviu três mil pessoas, divulgada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em parceria com o Reclame Aqui, demonstraram satisfação em adiantar em uma hora o relógio para sair do escritório e aproveitar a luz natural do dia, seja esbaldar com os amigos no happy hour.

O horário de verão, apesar da resistência de muitos, tem argumentos a favor. A partir deste mês de outubro, passa a valer o patamar 2 da bandeira vermelha da Aneel. A conta de setembro, com patamar 1, pesou no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado no último dia 9, pelo IBGE. A pesquisa apontou uma aceleração da inflação em 0,44%. A conta de luz foi a vilã da vez, com alta de 5,36%. “Mesmo que traga pequena economia, vale a pena. Temos um quadro preocupante de déficit na reserva hídrica”, observa o líder de Conteúdo e Inteligência da Abrasel, José Eduardo Camargo.

Independentemente do horário de verão, embora a medida agrade a entidade, que reúne 23 mil estabelecimentos no Brasil, a capital mineira, que lidera o ranking de bares a cada 100 mil habitantes, já está se preparando para o fim de ano.

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O mais carioca dos bares, o Redentor, já projeta um crescimento de 15% no movimento. “Fazemos, em toda estação quente, desde 2018, um festival de verão. O cliente que chegar de sandálias, tem o primeiro chope por conta da casa. Não só, criamos alguns pratos novos também. No ano passado, foram ceviche, vinagrete de polvo com camarão e novos drinks. Para este ano, ainda estamos estudando os tira-gostos para a temporada”, anuncia Daniel Ribeiro, o proprietário da casa famosa pelo chope e as empadas anunciadas pelo badalar do sino.

Outro que renovou o cardápio de petiscos é o Bença Bençoi, bar da rua Diamantina, na boêmia Lagoinha. Fundado há três anos pelo empresário Marcelo Oliveira Doche, a casa, que funciona de quarta a domingo, tem atrações musicais, roda de samba e MPB. Para degustar, o habitué pode continuar contando com o pernil com mandioca na manteiga de garrafa, a língua de boi, a bruscheta de berinjela, os pães de queijo recheados, seja com linguiça e cebola caramelizada, seja de pernil, ou a novíssima opção, que é o recheio de creme de alho-poró com tomate confitado.

“Nós estamos esperando um aumento de 20% a 30% na frequência. Normalmente, na chegada do verão é casa cheia todos os dias, não só aos sábados e domingos”, entusiasma Marcelo Doche.

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O mixologista Conrado Salazar, autor dos drinks autorais da casa promete um happy hour cheio de novidades. “Ele (Salazar) ainda não revelou o que vai preparar. Está estudando as misturas, mas já me pediu para providenciar cachaça de milho”, revela o dono do estabelecimento.

Os drinks mais pedidos na casa são: Hilda Furacão (gin, campari, licor de jenipapo, tangerina e soda grapefruit), a R$ 27,50 e o Samba da Lagoinha (licor de araticum, solução cítrica, soda de baunilha e espuma de gengibre), ao custo de R$ 28.

Os preparativos para as comemorações de fim de ano animam o setor, segundo o líder de Conteúdo e Inteligência da Abrasel. “Não são só as confraternizações, mas, temos também, as finais das copas pela frente. O Galo na Libertadores e na Copa do Brasil e o Cruzeiro na Sul Americana”, ressalta José Eduardo Camargo.

Para além disso, dezembro costuma ser um mês muito bom para o setor. E como o mineiro gosta muito dessa época do ano, vale o jargão “se não tem mar, vai para o bar”. José Eduardo Ca margo acredita que a cultura do bar, na capital, vem desde as décadas de 1940 – 1950, o que fez de Belo Horizonte, a capital com o maior número de bares por 100 mil habitantes, conforme pesquisa da Abrasel realizada em 2023.

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