O encolhimento do PT marcou o primeiro turno das eleições municipais em todo o país. O crescimento do PL num nível bem abaixo do esperado por seus dirigentes foi outro destaque da disputa e revela que Lula e Bolsonaro não conseguiram levar a polarização, de olho em 2026, ao nível que desejavam. Enfim, o raio X da disputa, numa análise pelo aspecto da força das chamadas “lideranças políticas”, mostra que o campo está aberto para o aparecimento de novos nomes.
Sigla partidária, pelo que as urnas mostram, continua sendo um quase nada na vida política brasileira. A força das siglas ficou lá atrás, com UDN e PSD. Com Arena e MDB no período da ditadura mi litar e com o PT, que teve muita força, até sofrer os desgastes que o exercício do poder provoca. O que esperar da disputa no segundo turno? Certamente as vão pesar pouco, quase nada na decisão do eleitor. E as que pesarem, ao que parece, vão pesar contra, como em São Paulo, onde Boulos, do Psol, junto com Marta Suplicy, do PT, sofrem rejeição por serem de esquerda, ou comunistas, como até hoje se rotula algumas legendas.
A disputa em São Paulo poderá fortalecer a figura política do governador Tarcísio de Freitas, caso vença a eleição, como tudo indica, o prefeito Ricardo Nunes. Tarcísio é o nome para substituir Bolsonaro, inelegível para 2026. Em Belo Horizonte, a esquerda fica de fora do segundo turno. Fuad Numan, que se define como de centro, e Bruno Engler, de direita, vão às urnas com campanhas sem polarização. A filiação partidária, pelo visto, vai influir pouco. Em Minas, o PT ganhou no primeiro turno em duas grandes cidades pela administração de suas prefeitas, Margarida Salomão, em Juiz de Fora, e Marilia Campos, em Contagem.