Capela do Vila Galé Collection: cuidadoso trabalho de restauração
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Minas Gerais vive boom inédito na hotelaria, com investimentos de grandes marcas internacionais e empreendimentos privados de luxo
Longe do mar, sim, mas com um patrimônio histórico e natural que o Brasil começa a redescobrir. Minas Gerais tem ampliado sua presença no mapa do turismo nacional, superando entraves antigos, como a infraestrutura de receptivo. Segundo o Panorama da Hotelaria Brasileira 2025, elaborado pela Hotel Invest, Minas já é o segundo maior destino de investimentos hoteleiros no país, com 21 novos empreendimentos em desenvolvimento, atrás apenas de São Paulo e à frente de nomes consagrados como Rio de Janeiro e Bahia.
A expansão acompanha a tendência nacional de interiorização do turismo, com 73% dos empreendimentos localizados fora das capitais e forte concentração no Sudeste, que reúne cerca da metade dos lançamentos previstos. Minas se insere com protagonismo nesse contexto, com projetos espalhados por todas as regiões do estado, do Sul ao Norte, passando por destinos emergentes como a serra da Canastra, e clássicos, como Ouro Preto.
“Estamos vivendo nosso maior ciclo de prosperidade turística. A chegada de grandes redes, nacionais e internacionais, mostra que a economia da criatividade e da hospitalidade se tornou central na nova matriz de desenvolvimento do estado, com efeitos no emprego e na renda”, avalia o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira. O Vila Galé Collection Ouro Preto é a mais recente e simbólica inauguração desse novo ciclo do ouro, fruto de um investimento de R$ 180 milhões.
Localizado em uma fazenda de 275 hectares no distrito de Cachoeira do Campo, o resort teve sua abertura oficial em maio, em um evento que reuniu mais de 500 convidados brasileiros e estrangeiros e a presença de autoridades, entre elas, o governa dor Romeu Zema. “Um empreendimento deste porte, realizado pela segunda principal rede de hotéis portuguesa, marca um novo patamar na internacionalização do turismo cultural em Minas Gerais”, afirma Leônidas.
Com 311 quartos, 215 deles já em operação, o Vila Galé ocupa uma área de expressivo valor histórico. No período colonial, a fazenda sediou o primeiro Regimento de Cavalaria de Portugal no Brasil e, mais tarde, o colégio salesiano Dom Bosco. Não por acaso, um dos principais atrativos da hospedagem é o haras, que disponibiliza cavalgadas e passeios de charrete com cavalos Mangalarga Marchador, em uma homenagem à vocação original da propriedade.
“Em 1819, Dom João 6º decretou aqui a criação da Coudelaria Imperial, para guardar as tropas vindas de Portugal. Os puro-sangue lusitano cruzaram com as éguas sorraias e deram origem ao mangalarga marchador, raça tipicamente brasileira”, conta Jorge Rebelo de Almeida, presidente e fundador da rede Vila Galé, em entrevista à revista Viver Brasil.

Para além desse resgate do passado, o empreendimento movimenta a economia local – segundo dados do governo de Minas, o resort gerou 120 empregos diretos e mais de 600 postos de trabalho indiretos – e representa um passo estratégico dentro do projeto de expansão global do grupo português. Fundado em 1986, o Vila Galé chegou ao Brasil em 2001, com a abertura do primeiro resort em Fortaleza.
Desde então, tem ampliado a presença gradualmente, contabilizando 12 empreendimentos em 8 estados. A próxima inauguração já tem data prevista: será no segundo semestre, em Belém (PA), com investimento de R$ 120 milhões. Outros quatro hotéis estão em construção na Região Nordeste. Minas, no entanto, segue nos planos da rede. “O Vila Galé Brumadinho será, em breve, uma realidade. Sou cidadão mineiro de alma e coração”, afirma Jorge Rebelo de Almeida. Brumadinho, aliás, já entrou para a rota do turismo de luxo, com a inauguração do Clara Arte, em dezembro de 2024, em um investi mento superior a R$ 200 milhões. Instalado no Instituto Inhotim, o hotel une arte, bem-estar e natureza em um só conceito.

“Nossa proposta é oferecer uma vivência imersiva, em que cada detalhe esteja conectado à arte e à contemplação, sempre em conexão com a essência de Minas Gerais, que reúne riquezas naturais, históricas e culturais perfeitamente alinhadas ao nosso conceito de hospitalidade”, descreve Taiza Krueder, CEO do grupo Clara Resorts, que também possui unidades em Dourados (MS) e Ibiúna (SP).