Parte dos palestrantes com o diretor-geral da VB Comunicação, Paulo César de Oliveira: “Emoção, alegria e agradecimento”
Fotos:Tião Mourão
Palestras enfocam investimentos, oportunidades, novas tecnologias e desafios para o desenvolvimento do país e de Minas
Uma intensa movimentação no Grande Hotel Termas de Araxá marcou os trabalhos no Conexão Empresarial Anual, realizado pela VB Comunicação, de 13 a 16 de junho. O evento reuniu ministros do governo Lula, o vice-governador Mateus Simões, empresários, autoridades e representantes da sociedade. “No discurso de abertura do evento neste ano, ressaltei a importância do evento para o debate de temas relevantes da política e da economia: emoção, alegria e agradecimento são as palavras que representam meu sentimento de estar aqui junto de vocês.
Neste ano, um dos idealizadores do Conexão, Gustavo Cesar Oliveira, não está aqui conosco, pois entrou em uma carreira solo com o Canal Viver Brasil. De público, quero agradecer ao inegável apoio de minha mulher Maria Inez Narciso Oliveira e de toda equipe da Viver Brasil. São 13 anos de trabalho e dedicação em prol de fazer esse evento, que reúne empresários, lideranças e profissionais liberais para discussão do mais alto nível, nas diversas áreas do conhecimento, das práticas inovadoras, da sustentabilidade econômica, ambiental e social, além de temas relevantes da política e da economia.
Às empresas patrocinadoras e apoiadoras que acreditam no projeto e a todos vocês, meus sinceros agradecimentos e vamos juntos aproveitar os dias com muita aprendizagem, diversão e bem-estar”, disse o diretor-geral da VB Comunicação, Paulo César de Oliveira. Confira, a seguir, como foi o ciclo de palestras:
Desenvolvimento de minas
O vice-governador Mateus Simões abriu os debates com a palestra “O que esperar da gestão do Governo do Estado em prol do desenvolvimento de Minas”. Segundo ele, a economia mineira cresce acima da média nacional em vários setores, como na agricultura, indústria e no chamado grupo residual. Minas Gerais, que no início do governo de Romeu Zema, representava 8,8% do PIB nacional, hoje 9,6%. O reflexo do bom desempenho da economia é visível nas contas do estado que, segundo Simões, passou de um déficit de R$ 650 bilhões no primeiro ano de Romeu Zema, para superávit, no último ano. Algumas medidas ajudaram a melhorar as contas do Estado, como o enxugamento da sua estrutura, com a redução de 51 mil servidores, e atração de investimentos.
O estado soma R$ 450 bilhões de investimentos atraídos e a criação de 850 mil postos de trabalho. O governo tem investido na qualificação dos jovens, com o programa Trilhas de Futuro. Mateus Simões ressalta que todo esse esforço para mudar o quadro em Minas Gerais aconteceu sem o aumento de impostos. Um grande desafio que está sendo enfrentado é em relação as estradas federais. O governo de Minas tem conversado com o governo federal para garantir recursos para obras na malha viária federal que corta o estado.
Infraestrutura e desenvolvimento
“O impacto no desenvolvimento econômico e social através de projetos de infraestrutura”, foi o tema abordado pelo diretor da Codemge, Sérgio Lopes Cabral. A estatal atua em três pilares: o nióbio, os ativos e o de infraestrutura. sua atuação na busca de investimentos, contou com os recursos do governo do estado, que investiu R$ 4,745 bilhões, ou 0,5% do PIB mineiro em infraestrutura, para melhorar a vida das empresas e do cidadão, permitindo o desenvolvimento econômico do estado. Sérgio Lopes Cabral disse que a Codemge conta com parceiros para colocar em prática os projetos de infraestrutura e de apoio aos municípios- como projetos de saneamento e rodoviários que atendam às necessidades de cada região. São mais de R$ 52 bilhões de investimentos, impactando a vida de mais de 20 milhões de habitantes.
Cidade das oportunidades
O prefeito João Marcelo Dieguez Pereira explicou como Nova Lima se tornou uma das cidades mais importantes de Minas Gerais. Com 326 anos e uma área maior do que Belo Horizonte, Nova Lima tem 110 mil habitantes e o maior PIB per capita do país. A cidade também tem alto índice de escolaridade, logística privilegiada, com as principais redes privadas de saúde e educação e áreas verdes preservadas.
A máquina administrativa enxuta, com comprometimento de pouco mais de 30% do orçamento com a máquina pública, exigiu medidas drásticas, como o corte de alguns benefícios, que oneravam o município; revisão dos planos de carreira, condicionando-os a melhoria da arrecadação. A desburocratização de todos os processos foi possível com a adoção do Instituto de Cidades Inteligentes, o mesmo usado em Curitiba. Houve investimentos em creches e na academia para crianças, levada para a periferia da cidade, que levou a uma revolução tecnológica para as escolas.
Cada aluno da cidade recebe um tablet, as professoras notebook em uma parceria com embaixada Inglesa, além de um ambiente para qualificar e cuidar do bem-es[1]tar e da saúde dos servidores da educação.
O desafio da indústria do aço
O vice-presidente de Assuntos Estratégicos da Usiminas e vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Sérgio Leite, faz uma reflexão sobre “O desafio da indústria do aço no Brasil”. Ele disse que o maior desafio do Brasil é o crescimento econômico para trazer bem-estar, mais saúde, oportunidades e lazer. “E, nesse caso, o Brasil não está bem”, ressalta Sérgio Leite, que acrescenta que o setor mais impactado é a indústria de transformação e não existe economia pujante sem uma indústria forte.
O aço, segundo ele, está presente em praticamente tudo na nossa vida. Minas Gerais é o maior produtor de aço do Brasil, um produto que está presente em quatro das cinco regiões do país. O setor tem três grandes desafios. O primeiro deles é da competitividade. O grande desafio é o que ocorre fora das plantas das empresas e está dentro do Custo Brasil, que é de R$ 1,7 trilhão em tributos, que serão corrigidos com a reforma tributária, mas a longo prazo, além de gargalos na infraestrutura e carência de mão de obra qualificada. A indústria do aço investe em média R$ 12 bilhões ao ano.
O segundo desafio é o de mercado. O país tem o mesmo consumo per capita de aço nos últimos 50 anos. O país também está sofrendo com a invasão de aço “notadamente” da China. O que se pretende é uma concorrência leal no mercado brasileiro. O terceiro desafio é o da descarbonização, as empresas trabalham fortemente nesse sentido, destacou.
Energia limpa
O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, falou na sua palestra “Transição energética; oportunidades para Minas e o Brasil” que a Cemig investiu no ano passado R$ 5 bilhões, quase 10% do que o setor elétrico brasileiro aplicou. “O nosso programa prevê investimentos de mais de R$ 35 bilhões nos próximos 5 anos”, destacou. O mundo investe hoje, segundo Passanezi, em transição energética. Investe em inteligência artificial (IA), que precisa de energia elétrica. Essa energia precisa ser renovada e, nesse caso, é difícil imaginar um país com mais vantagens competitivas do que o Brasil. Ele defende que o Brasil trabalhe para atrair empresas que buscam energia limpa. “Essas empresas estão investindo US$ 500 trilhões na IA e precisamos atrair um pouquinho para nós. Nós precisamos fazer parte dessa cadeia”, defendeu.
Reynaldo Passanezi ressalta que a matriz energética brasileira é majoritariamente renovável e Minas Gerais produz mais de 95% de energia renovável. Além disso, ele afirma que “temos uma matriz que é absolutamente integrada. Uma coisa que poucos países do mundo têm.
A segunda parte desta matéria será publicada amanhã. Não perca!