Foto \ Divulgação
No Bernoulli, são oferecidas disciplinas como teatro e astronomia
Gestores de quatro escolas particulares analisam o que vai mudar em 2025 após a aprovação do Novo Ensino Médio e se haverá impacto nas contratações e mensalidades
Alunos, educadores e responsáveis de escolas particulares de Belo Horizonte se preparam para mudanças em 2025. Isso porque, a partir do próximo ano letivo, começa a valer o Novo Ensino Médio, sancionado pelo presidente Lula (PT) no final de julho. Uma das principais novidades está na carga horária. Ela continua tendo 3 mil horas de atividades distribuídas entre os três anos do ensino médio, mas a divisão sofrerá mudanças: a formação geral básica, que inclui as disciplinas tradicionais, como matemática e português, sobe de 1.800 para 2.400 horas. Já a dos itinerários formativos caiu para 600, metade do atual.
Marcos Raggazzi, diretor executivo das unidades escolares do Bernoulli Educação, considera essa mudança positiva, pois permite que as escolas possam se dedicar às matérias da formação geral básica, que são hoje as mais cobradas nos vestibulares. No entanto, aponta que as unidades ainda aguardam a normatização dos itinerários formativos, que ainda não foi divulgada pelo Conselho Nacional de Educação.
“Já estamos trabalhando com quatro cenários para as regulamentações, ou não, do Conselho Nacional de Educação, por isso, o impacto para os alunos será pequeno. Atualmente, oferecemos projetos e disciplinas eletivas como teatro, storytelling, astronomia e astronáutica, matemática IME/ITA, física IME/ITA, química IME/ ITA, felicidade, entre outros, que visam desenvolver habilidades cognitivas e socioemocionais”, aponta.
Vale lembra que, em 2025, as mudanças valem apenas para os ingressantes do ensino médio, isto é, os estudantes do primeiro ano. Gradualmente, ela será aplicada aos demais. Também foi decidido que o espanhol não será obrigatório e a disciplina continuará sendo oferecida para os alunos que optarem por ela.
Daniela Afonso Chaves, diretora do Magnum do Lourdes, conta que por lá a língua já havia sido retirada da formação geral básica e dos itinerários formativos enquanto aprofundamento. “Nada impede, no entanto, que o espanhol apareça em disciplinas eletivas, principalmente se ele vier acompanhado de outros componentes curriculares que garantam o aprofundamento das diversas áreas de conhecimento”, aponta.
De modo geral, como não haverá mudanças na quantidade de aulas, apenas na estruturação e alocação das aulas, a visão geral é de que o Novo Ensino Médio não impacte nos valores das mensalidades. Outro consenso é que a mudança, muito provavelmente, também não vai gerar redução no quadro de funcionários das escolas.
Visão essa que é compartilhada por Renata Vaz, coordenadora pedagógica do Colégio Arnaldo, unidade Funcionários. “Os nossos professores que lecionam os componentes curriculares dos itinerários formativos são os mesmos da formação geral básica. Faremos uma reorganização na distribuição das aulas. Capacitações regulares aos professores e ampliação dos programas de formação continuada estão entre as estratégias que adotaremos para prepará-los para a nova estrutura curricular”, afirma.
Entre as críticas, Virgínia Coeli Bueno de Queiroz, diretora-geral da Escola Santo Tomás de Aquino, pontua que ainda falta clareza sobre o que será mantido ou alterado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos próximos anos. No entanto, elogia que o novo modelo contribuirá para a intensificação e o aprofundamento das aprendizagens, uma vez que confirma a importância da Formação Geral Básica (FGB).
“Também permite um diálogo mais próximo com as universidades e faculdades, inclusive com possibilidade e parcerias e abre discussões e reflexões com os estudantes para se projetarem na vida acadêmica posterior e no mercado de trabalho”, comemora.