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QI Brasil e o ensino

QI Brasil e ensino

Imagem de David por Pixabay

 

               Analisei um estudo sobre os Quocientes de Inteligência Médios de vários países. O do Reino Unido atingiu o padrão mundial de 100; do Japão, 106 e do Brasil, 87. Não considero que o brasileiro seja menos inteligente que outros povos. Digo isto por experiência própria, tendo vivido no exterior, feito estágios e cursos em outros países e convivido com muitos estrangeiros. Além disso, tive excelentes alunos na área de engenharia (o acesso à UFMG era muito exigente pelo dificílimo vestibular). Muitos deles fizeram, com brilhantismo, doutorados no exterior, em universidades de ponta, principalmente nos Estados Unidos. Tive experiências gratificantes no desenvolvimento de pessoas na evolução de carreiras administrativas. Um caso emblemático: consegui que uma pessoa que trabalhava na limpeza se transformasse em excelente técnico de laboratório.

               Certamente, o QI médio de um país tem forte influência do seu sistema de ensino. Ao analisarmos o sistema japonês, verificamos que é extremamente desafiador, exige dedicação intensa dos alunos, disciplina muito rígida. Os conteúdos são cumpridos, por professores competentes, bem remunerados e sobretudo muito valorizados. A própria escrita japonesa (kanji) já representa um grande desafio. É justo pensar que esse sistema contribui para a evolução dos alunos em termos cognitivos e da mente. Da mesma forma, o sistema de ensino norueguês, país em que vivi por três anos, tem várias das mesmas características e não é insuficiente em nada. O que dizer do sistema brasileiro? Um sistema público de ensino em que 60% dos alunos, aos 15 anos de idade, após conclusão do ensino fundamental/ anos finais, são considerados analfabetos funcionais diz tudo. Tem influência direta no QI médio brasileiro.

               Há 23 anos estamos empenhados na melhoria do ensino público brasileiro, por meio da FdG (www.fdg.org.br), com grandes avanços, mas insuficiente para mudar os péssimos resultados globais do país. Sempre trabalhamos para convencer dirigentes educacionais que é necessário agregar gestão ao ensino. Em toda atividade humana há meios e fins. Temos que focar nos fins e atuar nos meios para produzir os resultados desejados. A maioria dos dirigentes privilegia a atuação nos meios, muitas vezes desconectados das metas a serem atingidas. Apesar dos esforços, frustram-se ao obter resultados pífios.

 

Há 23 anos estamos empenhados na melhoria do ensino público brasileiro

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