Economia

R$ 1,1 bilhão para crescer

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Operação na Mina Cuiabá

Foto \ Daniel Mansur

 

AngloGold Ashanti comemora 190 anos de operação no Brasil com foco em inovação e sustentabilidade

 

Uma das empresas mais longevas do Brasil, a AngloGold Ashanti, nascida Saint John Del Rey Mining Company, em 8 de julho de 1834, em Nova Lima, acaba de completar 190 anos no país e anuncia investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão para reforçar suas operações e garantir seu ritmo de crescimento a partir de novas frentes de desenvolvimento de lavra e pesquisa mineral. Sendo uma das principais produtoras de ouro do mundo, avisa que já trabalha suas plataformas para entrar em novo século de vida de forma mais sustentável e com foco maior em pessoas, tecnologia e meio ambiente.

O presidente mundial da mineradora, Alberto Calderon, apontou, no último mês, um salto de produção global da AngloGold Ashanti, de 1,232 milhão de onças relativo ao primeiro semestre de 2023, evoluindo para 1,254 milhão de onças nos seis primeiros meses deste ano, comparativamente, apresentando uma elevação de 2%. Segundo ele, o bom desempenho vem impulsionado pela alta de 10% na produção da companhia na América Latina, que inclui as operações Cuiabá (MG), Serra Grande (GO) e Cerro Vanguardia, na Argentina. A região também registrou uma forte virada no fluxo de caixa livre nos primeiros seis meses de 2024, indicando uma entrada de US$ 149 milhões contra uma saída de US$ 127 milhões no mesmo período do ano passado.

“A nossa estratégia tem como base alcançar resultados com sustentabilidade. Por isso, estamos bem satisfeitos. Conseguimos bons resultados operacionais e financeiros, baseados em segurança, valorizando as pessoas, o meio ambiente e as comunidades”, afirma o presidente da AngloGold Ashanti Latam (América Latina), Marcelo Pereira.

Falando em valorização profissional, neste 2024, em que completa 190 anos, a empresa inovou em vários aspectos, como a busca de equidade de gênero, aumentando o quadro de mulheres na companhia em vários cargos e promovendo a tão sonhada jornada semanal reduzida de trabalho, de 5 para 4 dias por semana. Para tanto, a empresa diminuiu a carga de 44 para 40 horas semanais. O funcionário entra às 7 horas e sai às 17h30, com 30 minutos de intervalo para refeição todos os dias, de segunda a quinta, tendo a sexta, sábado e domingo de folga. O departamento de Recursos Humanos da AngloGold Ashanti ouviu seus colaboradores e garante que houve aprovação de 90% do público-alvo.

Outra atitude importante foi a entrada no Programa Empresa Cidadã, que permite estender a licença-maternidade de 120 para 180 dias e a paternidade, de cinco para 20 dias. As medidas valem para adoção/guarda judicial compartilha[1]da e relações homoafetivas.

Já, há alguns anos, o tema meio ambiente e sustentabilidade entrou de vez para a agenda da AngloGold Ashanti. A empresa não só aderiu aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU como também se comprometeu com o Acordo de Paris. Em 2022, de forma antecipada, a empresa superou a redução da emissão de gases de efeito estufa em 30%, o que era inicialmente previsto para ser alçando somente em 2030, e neste ano, a companhia alcançou a marca de 52% a menos de emissão dos gases de efeito estufa no Brasil em comparação a 2021 (ano base).

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Ainda nesse sentido, tem investido em ações de descarbonização, também com a eletrificação de sua frota. Em março deste ano, a empresa apresentou a primeira carregadeira 100% elétrica a operar em uma mina subterrânea no país, a mina Cuiabá, em Sabará. A tecnologia elétrica, em fase de testes, elimina completamente as emissões de gases deste equipamento. Em 2022, a mineradora passou a operar com 100% do consumo de energia elétrica em suas áreas no território brasileiro, proveniente de fontes renováveis.

A gestão de barragens, questão que muito preocupa a sociedade brasileira, em especial, a mineira, com as duras experiências que sofreu em Mariana e Brumadinho nos últimos anos, é uma das preocupações da direção da mineradora. “As alterações da legislação de barragem ocorridas nos últimos anos são um exemplo da necessidade de adaptação frente aos anseios dos órgãos licenciadores e, principalmente, da sociedade.

E a nossa empresa segue em melhoria contínua de sua gestão de barragens, como a realização de simulados de emergência e testes de sistema de comunicação de emergência”, aponta o vice-presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti, Othon Maia. De acordo com o executivo, a companhia adota padrões e normas de segurança nacionais e internacionais. Todas as suas barragens possuem videomonitoramento 24 horas e passam por inspeções constantes. “É importante ressaltar, ainda, que todas as barragens da AngloGold Ashanti estão seguras e estáveis”, garante Othon Maia.

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Desde o final de 2022, a AngloGold Ashanti implementou a metodologia de deposição a seco de rejeitos em todas as suas operações, não enviando mais rejeito em polpa para suas barragens. “Ou seja, o material sem valor comercial, após etapas de beneficiamento, passa pelo processo de desaguamento, por meio de filtros prensa ou centrífugas, restando ao final apenas material sólido.

Esta atividade reforça o compromisso da empresa com a utilização de tecnologias mais modernas, eficientes e estruturas ainda mais seguras”, tranquiliza Maia. “Com essa mudança no processo, as barragens passam para etapas de descomissionamento e descaracterização, seguindo projetos específicos, de acordo com as características de cada uma delas, sempre com zelo pela segurança e meio ambiente”, explica.

Outra linha de trabalho adotada pela empresa é o investimento em ações que permitam a redução do volume de água utilizado em seus processos e a maior circulação de água em um mesmo sistema operacional. “Embora todo o volume de água utilizado pela empresa seja retornado para a natureza, entendemos que quanto menor o volume utilizado, maior sustentabilidade é garantida à operação”, descreve o executivo. Ações voltadas à melhoria do tratamento e dos fluxos do processo produtivo vêm sendo implantadas, de acordo com Othon Maia, garantindo um reaproveitamento mínimo de 62% de toda água utilizada.

Outro fator apontado pelo vice-presidente é que a empresa vem mantendo, nos últimos anos, uma taxa estimada em 33% de reciclagem de resíduos como sucata, madeira, eletrônicos, vidro, papel e plástico. Em alguns casos, explica ele, este reaproveitamento acontece dentro da própria empresa, como, por exemplo, o uso de hastes metálicas de sondagem para a confecção de corrimão e acessos seguros nas unidades. “Em outros casos, como no escritório de Nova Lima, contamos com parceiros como a Associação dos Catadores de Papel (Ascap) para coleta e reciclagem do material já separado pela equipe da empresa. Além da Ascap, outras associações também recebem a doação desse material, para que possam ser vendidos e gerar receita aos seus associados”, acrescenta.

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