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Este termo adquire relevância devido ao mal que algumas relações produzem nos grupos, sejam eles familiares, sejam profissionais, sociais e, paradoxalmente, as relações ditas amorosas. Isso pode levar a enfermidades e até mesmo à morte.
O que aciona e sustenta esse tipo de relacionamento?
A psicanálise nos mostra que essas relações tóxicas são aquilo que Freud definiu como perversão. Apesar de ser um conceito teórico, o termo “perversão” se mostra um pouco desgastado pela conotação de maldade que carrega. Não se trata disso.
Quando dizemos perversão, não estamos falando na perspectiva moral, e sim de uma posição subjetiva nas relações. Trata-se de uma posição predominantemente imaginária, especular que projeta nos outros algo que está em si mesmo.
O próprio desejo é originalmente perverso, pois se liga aos seres e às coisas como objetos de domínio e propriedade. Tais objetos nada mais são que uma imagem ou extensão do próprio eu de cada um ou a projeção de um objeto primordial, que se quer só seu.
APESAR DE SER UM CONCEITO TEÓRICO, O TERMO “PERVERSÃO” SE MOSTRA UM POUCO DESGASTADO
Como isso implica em fixações infantis, as relações são vividas de forma conflitiva e imatura, como amor e ódio, não podendo se realizar nem se largar, pois se teria de admitir a impossibilidade de uma relação completa e a ilusão de que ela é possível.
O desejo não se define pelo objeto que é o que há de mais variável, e sim pelo verbo intransitivo desejar, que impõe uma posição desejante na vida.
O poeta Fenando Pessoa diz com sabedoria o seguinte: “O que é doença é desejar com igual intensidade o que é preciso e o que é desejável, e sofrer por não ser perfeito como se sofresse por não ter pão. O mal romântico é este: o querer a lua como se houvesse maneira de a obter”.