Prédio assinado por Raffaello Berti abriga a mostra deste ano e ganhou iluminação especial
CasaCor completa 30 anos e propõe questionamentos sobre o futuro das moradias
Sob o tema Semear Sonhos, Belo Horizonte recebe a 30ª edição da CasaCor Minas, que traz reflexões sobre o futuro das cidades e das habitações em mostra que irá ocupar, entre 15 de agosto e 5 de outubro, o prédio da rua da Bahia 2020, originalmente construído para abrigar o Instituto Metodista Izabela Hendrix, inaugurado em 1941. Nesta edição, que marca três décadas da mostra, 49 ambientes são assinados por 74 profissionais, sejam eles nomes consagrados, em ascensão ou novos talentos.
A Casa Cor Minas já ocupou 26 imóveis na região metropolitana, entre elas o Arquivo Público Mineiro, o Edíficio Costa Smeralda, o Palácio das Mangabeiras, atualmente Parque do Palácio A partir da reflexão sobre moradia e futuro, o Living do Colecionador, assinado por Joana Hardy, logo ao início da mostra, foi concebido para ser atemporal e aconchegante. Os tons terrosos e fibras naturais predominam nos itens de design de diferentes proporções, na abundância de madeiras, no mobiliário assinado por artistas mineiros.
O espaço reúne formas, matérias e referências particulares de quem aprecia, por exemplo, desfrutar de uma cadeira Sérgio Rodrigues ou mobiliário desenhado por Porfírio Valladares. Nomes que remetem à simplicidade das formas, ao luxo da matéria-prima. “O ambiente carrega o respeito à história. É uma arquitetura que convida a pertencer”, avalia Joana. Daniella Chaves, gerente da Ornare, é parceira de longa data da CasaCor.Ela conta que, nesta edição, a Ornare está presente por meio do Niê Giardino, o café do Terraço Niê na mostra.Projetado por Isabela Stambassi, o ambiente é inspirado nos clássicos jardins italianos e recebeu peças da linha Shaker, da Ornare, luxuosa, em tonalidades de rosa antigo, uma mistura de materiais. “Nossos produtos têm o selo FSC, todo metal é reciclado e a madeira tem também um fim sustentável”, afirma Daniella.
“A CasaCor é importante para nossa cidade”, frisa ela. Mariana Hardy, do escritório Hardy Design, criou o Corredor Raffaello Berti, inspirado no nome que assina o projeto do prédio que abriga a mostra. O espaço utiliza planos de cor em composições geométricas, uma paleta contrastante que combina verde profundo, rosa suave, azul acinzentado e carmim, tons característicos do art déco, pôsteres que retratam a fachada e detalhes arquitetônicos do prédio reforçam a narrativa visual.
Não é exagero dizer que o ambiente proporciona uma experiência imersiva que homenageia a arquitetura do prédio. “Semear Sonhos é acessar seus sentimentos mais genuínos e ter a capacidade de inspirar as pessoas que estão à sua volta”, diz Mariana. A construção, que integra o Circuito Liberdade, é tombada e atualmente abriga a PUC-Lourdes.
O projeto é do arquiteto italiano Raffaello Berti, autor de mais de 200 obras na cidade como, a prefeitura, o Minas Tênis Clube e a Santa Casa. Foi adquirido no final de 2023 pela PUC Minas, e atualmente abriga os cursos de arquitetura e urbanismo, jogos digitais, administração, ciências contábeis e ciências econômicas.