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Ao lançar recentemente um livro intitulado Nó, as ressonâncias desse tema continuam a circular. Afinal, a vida gira em círculos. Podemos estender esse movimento ao Universo, aos seres vivos e até aos seres inanimados.
Há uma repetição que se faz indefinidamente, num mesmo mecanismo espiral. Constatar isso não só no coletivo como também no funcionamento mental nos permite fazer torções e giros que acionam a face criadora e transformadora da vida.
Somos submersos por forças pulsionais violentas, e o trabalho analítico constitui um esforço para conter esse desregramento, esse desassossego e retificar a posição de cada um de nós frente ao real das pulsões. Como se faz?
Esse trabalho vai desfazendo os nós que nos aprisionam em um funcionamento ultrapassado
Existe não uma receita, mas um manejo. Comparando com as operações digitais, é como se fôssemos aos ajustes e giramos, torcemos, retorcemos até conseguir encontrar e ajustar a posição que nos possibilita saber-fazer com o real da vida. Esse trabalho vai desfazendo os nós que nos aprisionam em um funcionamento ultrapassado, ineficaz, viciado e, assim, produz um saber-fazer mais leve e solto.
Trazer essa questão à tona é tentar captar o nó da questão para poder, quem sabe, transformar os nós que nos aprisionam em laços e abraços, como diz o poeta Mário Quintana.