Cultura

Universidadde de amor

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Obra de Fátima Turano nasceu do desejo de mostrar potencial transformador da educação

 

“Porque eu sei que todos que um dia passaram pelas instituições de educação que criei, sob minha direção, tiveram seus corações impactados por meu ideal, pelos seres humanos que agreguei ao longo da vida, a meu lado, que foram muito mais do que simples profissionais.

Foram gente fazendo educação de verdade, com ética, com compromisso, com respeito, levando meus valores, construindo e fortalecendo os seus.” Impossível não notar a emoção no trecho retirado do livro Universidade de Amor, lançado em junho deste ano pela pedagoga Fátima Turano. Seja em sala de aula – onde começou a trajetória como professora primária – ou à frente do Centro Universitário FIPMoc (UnifipMoc), em Montes Claros, a obra aborda os mais de 40 anos que Fátima dedicou à educação.

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“A Universidade de Amor nasceu a partir do momento que vendi a faculdade (UnifipMoc) e fiquei três anos fora da minha área de atuação e foca na importância da cumplicidade e respeito entre professores, funcionários e administradores em prol do aluno e na função da instituição educacional: formar pessoas.

” Considerada uma visionária na construção do conhecimento, uma das revelações que Fátima traz é a criação, em 2015, de curso inédito no país: engenharia de energias renováveis. Se hoje é uma área em total consonância com as demandas de presente e futuro, à época não foi bem-recebido. “Até para o Ministério da Educação e Cultura (MEC) fazer a avaliação foi difícil, por ser um curso inédito”.

 O curso focava na geração de energia a partir das fontes renováveis: solar, eólica, energia do lixo, das ondas do mar. “Enfim, tudo que hoje estamos colocando em prática sobre energia limpa.” A autora afirma que o curso não atraiu os alunos, uma vez que o mercado não demandava esse profissional.

“Ainda hoje, poucas são as faculdades com esse tipo de curso. Normalmente é necessário fazer engenharia, e em seguida uma pós-graduação na área de energias renováveis.” Universidade de Amor tem ligação íntima com a pandemia que, segundo Fátima, trouxe tamanha desagregação que muitos alunos desistiram de estudar porque perderam o emprego ou porque os pais passaram por dificuldades financeiras.

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Foto:Divulgação Fátima Turano

“Infelizmente o ideal de educação não foi suficiente para segurar a crise. Meus sócios não se interessaram mais pelo negócio e resolveram vender a parte deles. Foi muito difícil aceitar essa nova realidade. A criação do livro foi a forma que encontrei de mostrar o sucesso e os desenganos da minha trajetória como empresária da educação.” Se entre os desenganos está a venda da UnifipMoc, entre seus sucessos está o profundo conhecimento acumulado sobre educação em outros países – Finlândia, China, Japão, Coréia do Sul, Singapura, Suécia, Noruega e Dinamarca.

 Cursos na Espanha, na Inglaterra, França, Portugal, Chile, Argentina, Uruguai e Estados Uni dos – e a aplicabilidade do que cada lugar teve de melhor. Universidade de Amor é o quinto livro da autora, que transformou sua tese de mestrado também em publicação: O currículo Integrado no Ensino Superior como Proposta Político Pedagógica. Com a nova obra Fátima tem objetivo claro: “Pretendo que as pessoas, os dirigentes entendam que educação é tudo!

É a base para uma vida melhor, uma cidade melhor, um país melhor! Carrego comigo a experiência de Singapura que era uma colônia e não tinha professores para muitas disciplinas. Eles colocaram como meta a educação e, hoje, Singapura é um modelo de país. Que os nossos políticos se espelhem no modelo de Singapura!”

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