Lucas Kallas: “Eu não tenho preguiça”
FOTO\Tião Mourão
Fundador e presidente do Conselho da Cedro Participações, Lucas Kallas detalha planos do grupo e fala sobre a ousadia de empreender
Para muitos, o fundador da Cedro Participações, Lucas Kallas, é um sujeito de sorte. Mas é o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia que o traduz melhor: não existe sorte, existe tino e trabalho, muito trabalho. E é o que faz Lucas Kallas, que se identifica não como um minerador, mas como um empreendedor, como disse no almoço-palestra do Conexão Empresarial, evento promovido pela VB Comunicação, revista Viver Brasil e jornal O Tempo.
Elogiado pelo presidente Lula após assinar o contrato de concessão do Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, o empresário mineiro, com raízes no Líbano, tem a China como seu principal mercado, mas o porto abre outras possibilidades. Ele brinca que quando a China gripa, ele adoece, mas com o produto que está desenvolvendo, o pellet feed, também conheci do como minério verde, ele acredita que pode avançar para outros mercados.
Essa consciência de que é preciso tratar a mineração pensando no meio ambiente e na comunidade foi o que levou ao comentário de Lula. “Quando ele foi ao meu gabinete falar sobre mineração, percebi que estava diante de um empresário sério, que ama o Brasil e torce pelo seu crescimento”, disse o presidente.
Além do investimento no porto de Itaguaí, Kallas também conseguiu aprovar o projeto da shortline, que consiste na construção de um trecho de 26 km de ferrovia no Complexo Serra Azul, entre Mateus Leme e São Joaquim de Bicas, para escoar a produção, sem a necessidade do uso de caminhões ou de percorrer um trecho perigoso na BR-381, que causa muitos acidentes e mortes. Será um investimento de R$ 1,8 bilhão, com geração de mil em pregos diretos e 10 mil indiretos.
Os cinco trens que irão percorrer o trecho terão 52 vagões, com capacidade de transportar 130 toneladas cada um, além de tirar 540 caminhões desse percurso. Kallas também conseguiu autorização para aumentar a produção na mina de Mariana, que vai passar de uma produção de 3 milhões de toneladas de minério para 7 milhões.
A crise causada pelos Estados Unidos com a China e o resto do mundo não o abala porque entende que poucos conseguem produzir o pellet feed e avisa que os que não se adequarem a pauta ambiental e da mineração responsável, correm o risco de “ficar só com o cascalho”. Com resultados expressivos, Lucas Kallas deu um salto significativo desde a criação da Cedro em 2018 até hoje.
Mas nada é de graça. Ele acorda todos os dias às cinco da manhã e só para após as 20h. Tanta energia o fez abrir caminho em outras frentes, como a participação na Biomm, que investe na fabricação de in sulina e biomedicamentos, na região de Nova Lima. Ele também tem participação na Oncoclíncias, que trabalha na sua expansão em São Paulo, Goiás e em Belo Horizonte.
O café é outra paixão desenvolvida por ele no Centro-Norte de Minas, com investimentos de mais de R$ 300 milhões. Na sua palestra no Conexão Empresarial, ele relatou que passou por oito países em 300 horas de voos nos primeiros meses deste ano. “Não tenho preguiça”, garante. Antes de chegar em Belo Horizonte para falar para empresários, políticos e representantes da sociedade, ele participou de um evento em São Paulo e de Belo Horizonte embarcou para Brasília.
