Política

PRESENTE E FUTURO

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Eduardo Bolsonaro conseguiu, a partir do exterior, aquilo que nunca havia conseguido em seu solo pátrio: se transformar no assunto principal da agenda política. Não é pouca coisa. Qualquer que seja o tema, da pauta pro-anistia à invasão da mesa da Câmera, ele é sempre o personagem oculto ou à frente do debate.

Assumiu com folga a liderança do clã (que por algum tempo pareceu caminhar para o irmão menos controverso, Flávio Bolsonaro) e só não se firmou em definitivo como candidato alternativo ao pai por conta de uma agora improvável candidatura de Michelle. Nada mal para quem teve de carregar o apelido de “bananinha” dado pelo vice-presidente do próprio pai.

Mas o preço a pagar por tamanha relevância não é pequeno. Se virou herói para a parcela mais extremada da direita, também virou um traidor da pátria para a parcela mais à esquerda. A relevância política deste título virá das consequências reais de seus apelos ao presidente americano na economia brasileira. A se cumprirem os piores prognósticos, sua candidatura estará fadada ao fracasso. Se conseguir limitar suas maquinações em solo estrangeiro a meras medidas cosméticas contra a economia e as autoridades brasileiras, poderá tomar em definitivo o lugar do pai. Dada sua idade, seu lugar na política brasileira estaria garantido por muitos anos.

 

A RELEVÂNCIA POLÍTICA DESTE TÍTULO VIRÁ DAS CONSEQUÊNCIAS REAIS DE SEUS APELOS AO PRESIDENTE AMERICANO

 

Para o bem ou para o mal, os personagens da direita no futuro estão claramente se definindo ou já o fizeram (Cleitinho, Nikolas, Zanata, Bia Kicis etc). A esquerda continua sua “Lula dependência”, caminho certo para uma certa irrelevância no futuro. Afinal, o futuro se constrói no presente.

 

Já faz algum tempo que sugeri aqui que o governador de Minas, Romeu Zema deveria rever seu quadro de assessores se de fato almeja uma candidatura forte a presidência. Vendo a desastrosa entrevista dada por ele na Globonews é evidente que este modesto e obscuro conselho foi ignorado. Que o tenha sido é facilmente compreensível, mas que aqueles ao seu redor não percebam que Zema jamais será o herói da direita, que seu valor vinha exatamente do perfil conservador, mas moderado, é surpreendente. Infelizmente para o governador, agora é tarde para mudar o rumo.

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