Podemos e devemos evitar o viver e o pensar contraditoriamente, pois esse hábito desorienta e leva a decisões equivocadas. No entanto, é prática frequente. Veja-se!
Um tema de conversa comum é reclamar do trânsito; todos lamentam demorar nas viagens, ficar parado respirando poluição, os esforços em vão para melhorar a situação! Diz a imprensa: “Sem registro de acidente, há lentidão na rua X devido ao excesso de automóveis”!
Por outro lado, celebra-se o aumento das vendas de veículos, causa básica dos engarrafamentos. Como conciliar as duas opiniões, que exemplificam o “pensamento contraditório”? Louva-se daquilo que origina o mal, e condena- -se o efeito daquilo que se tem por benção! Assim incoerente, como pode o homo se dizer sapiens, racional?
Há que optar:para trânsito melhor, menos carros
Louvar o crescimento da frota de veículos e deplorar a degradação do trânsito é um entre muitos pensamentos contraditórios! Louva-se o crescimento das vendas de alimentos açucarados e deplora-se a crise de obesidade; condena- -se o aumento da poluição e celebra-se explorar novos campos de petróleo; condena-se a guerra e louva-se exportar armas; vitupera-se contra a corrupção e aceita-se receber ou pagar “por fora”; na esperança de benefícios privados vota-se no amigo que nem propostas tem, e condena-se o compadrio; exalta-se o crescimento econômico e repudia-se a quantidade de resíduos; …..
Dizem que o ser humano é contraditório, e os exemplos citados ilustram contradições. Assegurar um futuro que permita à humanidade florescer exige superar essas contradições; necessita coerência, clareza e firmeza de propósitos! Há que optar: para trânsito melhor, menos carros; zero guerras e zero produção de armas; dietas balanceadas e menos vendas de alimentos; menos poluição e nada de queimar petróleo.
Só assim reverteremos a dupla degradação: a do ser humano por excesso e por falta de dinheiro, e a da biosfera por ignorarmos que somos parte dela, dependentes da sua integridade, e não seu amo e senhor!