Política

OS VALORES DO GOVERNO FEDERAL ESTÃO INVERTIDOS

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Pré-candidato do PSD ao governo de Minas, o vice-governador Mateus Simões

FOTO\ DIVULGAÇÃO

 

Pré-candidato do PSD ao governo de Minas e vice-governador fala sobre combate à violência e apoio a Zema para presidente

 

Pré-candidato do PSD ao governo de Minas, o vice-governador Mateus Simões entrou no partido com o aval de Gilberto Kassab, e já com a aliança em torno do seu nome contando com nove parti dos: PSD, Novo, PP, União Brasil, Podemos, Solidariedade, Mobiliza, PRD e Democracia Cristã. Essa movimentação, em forma de recado, tem endereço certo e é um aviso de que não há mais espaço para outra candidatura no partido. Mas avisa que o palanque do PSD em Minas será também para a candidatura à Presidência do governador Romeu Zema. Pensando no que pode herdar, Simões já se posiciona em relação aos principais temas do país.

A VIOLÊNCIA ESTÁ NA ORDEM DO DIA. O PAÍS PERDEU O CONTROLE E OS GRANDES CENTROS URBANOS SE TORNARAM REFÉNS DO CRIME ORGANIZADO?

Ao longo dos últimos 30 anos, o crime organizado veio se estruturando no país, tanto no Rio quanto em São Paulo, chegando no Nordeste e no Norte, de uma forma que assusta pela suas estruturas. Elas são muito hierarquizadas, muito bem financiadas e muito diversificadas. Têm área de atuação. Eu não diria que o Brasil perdeu o controle, mas há alguns territórios dentro do Brasil, espaços do estado do Rio, do estado de São Paulo, de alguns estados do Nordeste, em que nós precisamos de uma reação dura dos governos estaduais, sob pena de a gente perder o controle. Em Minas, a situação é diferente, mas é um desafio crescente para nós garantir a segurança do estado, considerando os nossos vizinhos.

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DIANTE DA SITUAÇÃO NOS ESTADOS, O CRIME HOJE É BEM ESTRUTURADO, É ONDE TEM O DINHEIRO. ISSO É UMA DIFICULDADE PARA OS GOVERNOS?

É uma dificuldade, porque o crime organizado já não lida só com drogas. Nós temos hoje seis grandes atividades desenvolvidas pelo crime organizado e a maior delas não é o tráfico. A maior delas são as fraudes eletrônicas, depois fraudes com combustíveis e nós tivemos, infelizmente, esse exemplo ruim da contaminação das bebidas falsificadas. Depois vem a falsificação de cigarros e, aí sim, tráfico de drogas. E por último, vem a questão do ouro, do contrabando. Então, o crime organizado atua em várias frentes, o que também assusta. A população comum não percebe que o crime organizado está mais perto dela do que ela imagina quando, por exemplo, alguém compra um cigarro falsificado.

O QUE ACONTECEU NO RIO DE JANEIRO MOSTRA A FALTA DE SINTONIA ENTRE OS GOVERNOS FEDERAL E ESTADUAIS?

A reação do governo federal é a de pena dos bandidos que foram mortos quando enfrentavam a polícia, quando na verdade devia ser de pena dos cidadãos cariocas, que morrem todos os dias pelo enfrentamento com o crime organizado. Os valores do governo federal estão completamente invertidos. E esse exemplo do Rio de Janeiro, é um exemplo claro do que está acontecendo. Só quem tem o monopólio da violência em uma democracia é a polícia. O civil não pode usar a violência. Acreditar que bandido possa dominar território e dizer que isso não é um problema é um erro, é um erro cultural da esquerda e, portanto, é um erro do governo federal.

A JUSTIÇA TAMBÉM ATRAPALHA UM POUCO O TRABALHO NOS ESTADOS?

A justiça brasileira se acostumou a uma lógica de defesa dos direitos humanos e do garantismo judicial, preferindo manter as pessoas sempre fora da cadeia, sendo que as pessoas de bem estão hoje presas em casa, para que os vagabundos possam circular livremente. Isso é uma perversão ética que acontece hoje no Brasil com apoio do Judiciário. É curioso que o nosso maior problema político do Brasil parece com o nosso maior problema criminal, que é o fato de você ter que esperar a condenação em última instância para prender as pessoas. A Justiça atrapalha porque ela mantém as pessoas soltas, mesmo quando elas são um risco para a sociedade.

ESSE VAI SER UM DOS PRINCIPAIS TEMAS NÃO SÓ NACIONALMENTE, MAS TAMBÉM NA DISPUTA AO GOVERNO DE MINAS? VOCÊ REPRESENTA O CONTINUÍSMO E, NESSE CASO, O QUE VOCÊ TEM PARA APRESENTAR PARA O ELEITOR?

Nós precisamos continuar avançando na segurança pública, cada vez com uso de mais tecnologia e com uma estrutura mais rápida de combate ao crime. Em Minas Gerais, o crime não é tolerado, o criminoso não será tratado como vítima e nós vamos continuar expulsando para fora do esta do ou para dentro das cadeias cada um que tente enfrentar o nosso sistema. É um estado de polícia dura e que vai continuar sendo dura para que a população tenha tranquilidade de andar nas ruas.

COMO CANDIDATO QUE REPRESENTA A CONTINUAÇÃO DO GOVERNO ZEMA, QUAL É A PRINCIPAL VITRINE DESSE GOVERNO E QUE O GOVERNADOR ROMEU ZEMA TAMBÉM VAI SE APRESENTAR NACIONALMENTE?

Do primeiro para o segundo mandato, a nossa principal conquista é o equilíbrio das contas públicas. Conseguir pagar as contas e, com isso, fazer o estado avançar. Estou chamando atenção para isso porque, na discussão nacional, essa contínua sendo uma grande virtude do governador, em comparação com a falta de comando do governo federal, que continua gastando muito mais do que tem. No nosso segundo mandato, a grande vitrine foi o número de empregos gerados porque Minas Gerais tem hoje os índices mais baixos de desemprego do Sudeste, os mais baixos da sua história e, com isso, começamos a falar em prosperidade na vida das pessoas.

Cidades que não têm desemprego. Isso nos dá condição de começar a falar de aumento de renda e melhoria de vida das pessoas. Então, são etapas. Equilibrar as contas para voltar a fazer investimento, aí atrair investimentos privados e gerar empregos por conta disso. Então acho que é uma evolução, uma continuidade evolutiva que a gente tem a oportunidade de fazer aí, melhorando a vida das pessoas.

O PRESIDENTE DO PSD, GILBERTO KASSAB, SINALIZOU AO PARTIDO , NA SUA FILIAÇÃO, QUE VOCÊ ESTAVA ENTRANDO COM A FORÇA E APOIO DO DIRETÓRIO NACIONAL. VAI TER DISPUTA OU NÃO HÁ MAIS ESPAÇO PARA RODRIGO PACHECO REIVINDICAR A CANDIDATURA AO GOVERNO DE MINAS PELO PSD?

Certamente não define não. Não existe disputa dentro do PSD. O senador Rodrigo Pacheco não é candidato a governador do Estado. O candidato do PSD sou eu, em uma coalizão que já reúne nove partidos: PSD, Novo, PP, União Brasil, Podemos, Solidariedade, Mobiliza, PRD e Democracia Cristã. O candidato está escolhido. Nós faremos, obviamente, as convenções, mas não há disputa de chapa, nem nada disso. Os partidos estão ajustados nessa direção. Se Rodrigo Pacheco desejar ser candidato, ele terá de buscar um outro partido. Não há nenhuma possibilidade, risco, hipótese de o PSD ter outro candidato ao governo do estado.

ESSA É UMA GARANTIA DO GILBERTO KASSAB?

É uma decisão do partido.

EM RELAÇÃO AO MINISTRO ALEXANDRE SILVEIRA, TAMBÉM NÃO HÁ MAIS ESPAÇO PARA ELE DENTRO DO PARTIDO. COMO FICA A SITUAÇÃO?

Há espaço para ambos dentro do partido. Não há espaço para nenhum deles como candidato a governador porque a posição nesse aspecto está tomada. Agora, Alexandre, me parece que tende a caminhar na direção de uma coordenação de campanha do presidente Lula, até pela proximidade que ele tem com o presidente. Respeito muito o ministro, mas não é candidato a governador também, definitivamente.

EM 2026, O PSD TEM CANDIDATO E O ROMEU ZEMA TAMBÉM É CANDIDATO À PRESIDÊNCIA. COMO VAI SER O PALANQUE AQUI EM MINAS PARA A PRESIDÊNCIA?

Esse foi o recado mais importante, na minha opinião, do presidente Kassab, na minha filiação. Em Minas Gerais, o palanque do PSD é do governador Romeu Zema. Nós aqui estamos sob o comando do governador Romeu Zema nas eleições de 2026. O governador Ratinho Jr é próximo de Zema, é amigo dele, e eles defendem as mesmas coisas. Talvez não estejam no mesmo palanque por uma questão da forma de construir os palanques nacionais. Em Minas, o palanque é do governador Romeu Zema e da construção que ele venha fazer, que nunca vai ser de oposição ao candidato do PSD. Se o PSD tiver um candidato, se Zema e Ratinho forem candidatos, no segundo turno eles estarão juntos para derrotar o presidente Lula.

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