Capital apresenta médio risco para epidemia da doença, aponta LIRAa.
O período chuvoso se aproxima e, com ele, aliado ao calor, aumenta o risco de casos de dengue. Em Belo Horizonte, 1,4% dos imóveis vistoriados apresentaram focos da larva do mosquito Aedes aegypti. Esse índice é considerado de médio risco e exige mais atenção dos moradores.
A vistoria feita pela Secretaria Municipal de Saúde em outubro avaliou 88 mil locais da capital e faz parte do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa).
O Aedes aegypti é o vetor da dengue, zika e chikungunya e é essencial a ação de prevenção de cada morador porque, segundo a pesquisa da secretaria, 86,9% dos focos estão dentro de casa.
Os principais criadouros do mosquito são pratinhos de plantas (33,1%), inservíveis – embalagens de algum produto (21%) e recipientes domésticos (8,9%).
Índices
De acordo com o Ministério da Saúde, o índice recomendado para minimizar uma possível epidemia de dengue é de até 1%. De 1,0% a 3,9% o risco é médio e, igual ou superior a 4,0%, o risco e considerado alto.
A PBH informou que, durante todo o ano, o município adota diversas medidas para reduzir a ocorrência de casos de arboviroses, ou seja, de dengue, zika e chikungunya. Mas a participação da comunidade é essencial.
Confira o resultado do LIRAa por regional de Belo Horizonte:
Leste – 2,7
Venda Nova – 2,2
Nordeste – 1,8
Pampulha – 1,6
Noroeste – 1,1
Norte – 1,0
Barreiro – 1,0
Oeste – 0,8
Centro-Sul – 0,5
Dentre as ações realizadas pela PBH, estão a visita dos Agentes de Combate a Endemias (ACE) a imóveis reforçando as orientações sobre os riscos do acúmulo de água e que podem se tornar potenciais criadouros do mosquito, além de orientar sobre como eliminar os criadouros e, se necessário, fazer a aplicação de biolarvicidas. Em 2023, foram realizadas, até o momento, mais de 4 milhões de vistorias.
Há também a aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos, que transmitem o vírus, em áreas com casos suspeitos de transmissão local e também após avaliação ambiental pelas equipes da Zoonoses. Em 2023 foram realizadas ações em cerca de 45 mil imóveis.
Outra ação é o monitoramento de focos através do uso de drones, que são utilizados para a captação de imagens e aplicação de larvicida diretamente nos locais de risco. Até o momento, foram realizados 87 sobrevoos com a identificação de aproximadamente 20 mil prováveis focos, considerando as nove regionais do município.
Wolbachia
A utilização do método Wolbachia é outra ação que segue em andamento em Belo Horizonte. O método é complementar às demais ações de controle e prevenção da dengue, zika e chikungunya. Trata-se de uma bactéria que não pode ser transmitida para humanos ou animais.
Os mosquitos que carregam esse microorganismo têm a capacidade reduzida na transmissão das arboviroses, diminuindo o risco dessas doenças. Cabe esclarecer que esse método não envolve qualquer modificação genética do vetor Aedes aegypti.
EducaZoo
Outra ação educativa da Secretaria Municipal de Saúde, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, é o projeto EducaZoo. O objetivo é levar orientações aos alunos de escolas municipais da capital para que eles atuem como multiplicadores das informações.
A abordagem a esses assuntos é realizada de forma divertida e descontraída, com jogos de trilha do saber e memória, dominós, cruzadinhas e caça-palavras. São feitas ainda apresentações do grupo MobilizaSUS.