Centésima subestação da Cemig: já foram entregues 135 das 200 novas subestações previstas
FOTO\ GLENIO CAMPREGHER
Após reestruturação estratégica iniciada em 2020, companhia reduz dívida, melhora indicadores operacionais e concentra atuação em Minas Gerais
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) registrou, em 2024, um recorde na geração de caixa operacional, com crescimento de 32,3% no Ebitda, que alcançou R$ 11,3 bilhões. Os bons resultados financeiros agora se traduzem em um plano de investimentos de R$ 59 bilhões até 2029, o maior da história da companhia. Os números refletem as mudanças implementadas pela nova gestão, iniciada em 2020, que promoveu uma reestruturação centrada na eficiência, na responsabilidade fiscal e na visão de longo prazo.
Já foram entregues 135 das 200 novas subestações previstas e serão construídos 30 mil km de redes trifásicas. Também houve o lançamento do Cemig Agro, que prevê 76 novas bases de atendi mento ao setor rural e, em breve, será inaugurado o primeiro sistema DERMS da América Latina, plataforma de software que auxilia operadores de redes de distribuição a gerenciar e otimizar o uso de re cursos energéticos distribuídos. Além disso, está prevista a primeira cidade off-grid do Brasil, que utiliza sistemas de geração de energia autônomos — geralmente solares —, em Serra da Saudade.
Quando a transformação começou, a empresa vivia o momento mais difícil de sua jornada, com a pior alavancagem: uma relação dívida líquida/ Ebitda de 5x, prejuízo acumulado de R$ 4,9 bilhões em despesas acima do limite regulatório, perdas de energia de R$ 2,8 bilhões.
Com as novas medidas adotadas, a dívida líquida foi reduzida em 25%; a exposição ao câmbio foi zera da; a alavancagem caiu 74%, chegando a 1,3x; e os gastos regulatórios foram revertidos. Assim, a Cemig acumulou R$ 636 milhões em despesas regulatórias.
A saída de ativos como Light (RJ), Renova (BA) e a participação em Santo Antônio (PA), por exemplo, foram planejadas e feitas em momentos estratégicos, antes de recuperações judiciais e prejuízos bilionários. Isso evitou perdas e permitiu direcionar capital para o core business.
Essa reestruturação resultou em melhorias nos índices regulatórios, queda do DEC e do FEC, aumento da lucratividade e recuperação da confiança da sociedade mineira.
PRONTA PARA O FUTURO
Na visão do executivo, essa transformação é resultado de uma estratégia clara: colocar o cliente no centro das decisões. Com os avanços consolidados, a projeção é de um futuro com disciplina e inovação.