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Divórcios não são fáceis: exigem um longo processo de elaboração. Desfeito o casamento, em geral restam mágoas, raivas, inseguranças e a enorme bagagem das coisas que motivaram o fim da união. Se há filhos, esses estarão abalados e urgentemente necessitados de reconstituir suas referências, desestruturadas pelos acontecimentos, tanto anteriores quanto posteriores.
Neste momento volátil, antes da poeira assentada, é comum ocorrerem dinâmicas emocionais que costumam envolver os filhos – que agora já não sabem muito bem como reagir.
Não é raro que as crianças se sintam responsáveis pela separação dos pais. Em sua imaturidade, na maioria das vezes apropriada para a idade, elas procuram encontrar em si a explicação pelas discórdias que resultaram na incompatibilização do casal.
Os pais, também passando por uma situação de crise, na maioria das vezes se encontram impossibilitados de oferecer o suporte emocional que os filhos necessitam naquele momento.
Extremamente leais, filhos raras vezes tomam partido de um ou de outro. Eles torcem por ambos; costumam querer a reconciliação, ou qualquer mágica que possa trazer de volta o equilíbrio abalado – mesmo quando este era não só precário, mas também apenas aparente. Ainda assim, era a realidade que conheciam e que seria equivalente à noção de estabilidade.
Divórcios raramente rezam pela cartilha da civilidade e da maturidade. É mais comum que haja disputas: pela guarda, pelo valor da pensão, pela divisão dos bens, quando os há – enfim, um sem-número de coisas pode servir de estopim para prolongar a indisposição entre o casal.
Momentos de crise costumam afetar negativamente a capacidade de julgamento e de empatia de todos os envolvidos. Nas situações tempestuosas é preciso que os pais se lembrem de que as necessidades emocionais de crianças não podem ficar esperando pela calmaria. Se a resolução for muito demorada ou sofrida, é indicado que se busque ajuda o quanto antes, para o bem de todos.