Foto: flickr – Pedro França/Agência Senado
É público e notório que o velho e ultrapassado estilo de governança do PT ainda se sustenta em um peculiar cruzamento da igreja com os sindicatos para cooptar as universidades em sua tendência socialista. O que nasceu sob a bandeira da ética e da moralidade deixou-se corromper tão logo o PT passou a ocupar o poder. O exercício do mandato presidencial, por exemplo, alimenta-se do conflito que o leva à agressividade. Lula apresenta-se como o salvador da pátria e, em sua visão messiânica, tenta vender ao mundo uma pose de estadista.
No princípio de seu mandato, surfou em condições econômicas resultante de medidas adotadas por governos anteriores. Isso gerou uma sequência favorável de crescimento surpreendente, evidenciada pela ausência de alguma nova política que a justificasse. Aliás, o setor mais esculachado por Lula, o agropecuário, deu o tom do crescimento do PIB nacional. Cabresteado pelo Congresso, Lula está acuado. Cooptado pelo Centrão, é nessa nova cartilha que erige sua visão de futuro. Por atender suas conveniências, faz tudo isso sem a menor cerimônia.
Com o impedimento de Bolsonaro em concorrer novamente, o PT sente-se sem um nome de peso como concorrente político e, embora dívida o aparelhamento do Estado com o Centrão, prepara-se para atingir os seus intentos e depois abandonar as alianças de conveniência. Segue em sua surrada prática de desmoralizar os seus adversários, contando com a “verborragia” de Flávio Dino, porta-voz qualificado a representar o que, de fato, Lula pensa e quer. Este enganou o mercado ao propor um arcabouço fiscal com déficit zero e agora se contrapõe ao seu ministro da Fazenda, com a manifesta intenção de não cumprir o combinado para conseguir a aprovação de suas medidas no Congresso.
O exercício do mandato presidencial, por exemplo, alimenta-se do conflito
Vislumbra-se um cenário de inflação mais alta, juros elevados e crescimento menor. Lula ainda não se deu conta de que ele não pode abrir a boca, pois quando isso ocorre o mercado reage negativamente. Ele já abandonou tudo que pregou ao início de seu governo e voltou a ser o Lula de sempre. Diante de suas convicções pessoais, limitadas, por sinal, jamais vai se render às evidências factuais. Seu estilo de governo é determinado pelo voluntarismo. Lula, obliterado, não mais percebe que, no mundo da parlapatice, o legado é a miséria.
