Foto:Tião Mourão
Romeu Zema foi a maior surpresa no cenário político do Brasil em 2018. Contra toda sabedoria convencional, conseguiu ganhar o governo de Minas e se tornou a figura maior de seu partido. Foi um feito de tal grandeza que já lhe permitia sonhar com uma eventual candidatura à Presidência.
Posteriormente, conseguiu se reeleger com um pé nas costas. E, no entanto… de forma incompreensível, vem desde então se envolvendo em confusões desnecessárias e incompreensíveis. Zema atraia naturalmente os eleitores conservadores e de centro, e sua postura serena ainda o tornava palatável para parte da esquerda mais moderada. Esse apelo se perdeu em definitivo. E não foi por gafes como “eu ouvo muito bem” ou por desconhecer Adélia Prado. Tais erros não passam de mera diversão para a oposição, sem lhe tirar um voto sequer. Até pelo contrário, já que eleitores que também não conhecem Adélia, se solidarizaram com o governador, ofendidos por uma crítica que vem carregada de elitismo.
Por outro lado, Zema ofendeu, e de forma muito mais grave, os eleitores de Minas e do Brasil com seu infeliz discurso sobre vaquinhas. A isso se seguiram, Mussolini, James Madison (que ele não entendeu), homens brancos heterossexuais, a recusa em aparecer ao lado do presidente, mesmo que para resolver a brutal dívida de Minas e outros embaraços. Zema vai rapidamente dilapidando seu patrimônio de homem público pragmático e eficiente.
Esquerda ou direita sozinhas não têm os votos necessário para eleger um presidente
Se isto for uma tentativa de se firmar como novo líder da direita, Zema deveria repensar rapidamente sua estratégia. Ele jamais será Bolsonaro. O candidato natural para isto seria Tarcísio de Freitas que, por sua vez, vem tentando amenizar a própria imagem em busca do eleitor de centro. Esquerda ou direita sozinhas não têm os votos necessário para eleger um presidente. É preciso conquistar o eleitor de centro para ganhar. Bolsonaro compreendeu isto tarde demais e perdeu.